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Enviada em: 10/08/2017

Linguagem antropofágica      O Movimento Modernista, precisamente, a 1ª fase, buscou utilizar a poesia para valorizar a linguagem coloquial na literatura. Desse modo, possibilitou não só maior visibilidade ao público-leitor na compreensão, como também, destacar as diferentes variações na língua. No entanto, notou-se a manifestação apenas no âmbito literário, uma vez que o preconceito linguístico tornou-se um desafio a sociedade contemporânea.      Em primeira análise, cabe apontar que é necessário aprofundar-se no ensino gramatical de língua portuguesa nas escolas para compreendê-la. Entende-se que a língua é essencial à comunicação entre os indivíduos e a gramática assume o papel de sistematizar um padrão linguístico entre os falantes. Entretanto, a abordagem escolar das regras normativas de forma incisiva, impossibilita a reflexão do aluno, logo, formulando concepções sobre a linguagem coloquial como prática coibida. Dessa maneira, a ausência de medidas de desmistificação sobre as variações, instala-se o preconceito linguístico e corrobora para a marginalização dos usos populares.      Ademais, convém frisar que os meios midiáticos colaboram para a exclusão da pluralidade da língua existente. Comprova-se isso no tratamento estabelecido em programas televisivos, através da diferenciação atrelada aos personagens estereotipados seja em esfera regional quanto social. Desse modo, reforça os problemas de desigualdade presente no país, uma vez que, associa o predomínio da norma culta interligada a indivíduos de maior poder aquisitivo e grau de instrução. Diante disso, nota-se que a intolerância linguística é favorecida pelos meios de comunicação, o que pode, inclusive, elevar a opressão de ambientes e grupos sociais.      Torna-se evidente, portanto, a necessidade de combater esse cenário a fim de reconhecer e valorizar a diversidade linguística presente no Brasil. Para reverter esse quadro, a escola atuaria na implementação de ambiente favorável ao aprendizado das normas gramaticais, debatendo e esclarecendo a pluralidade da língua, a fim de combater o preconceito e adequar os alunos à realidade. Além disso, a mídia deve utilizar seu poder persuasivo para desconstruir a intolerância e investir em campanhas de valorização linguística. Logo, poder-se-á afirmar que a pátria educadora oferece mecanismo exitoso aos ensinamentos propostos no Movimento Modernista.