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Enviada em: 10/09/2017

A educação e a língua portuguesa   Creole, que significa criar, é uma língua desenvolvida por povos cujo léxico mistura-se com um ou mais vocabulários diferentes. Depois de algumas gerações essas combinações idiomáticas apresentam um vocabulário e sistema gramatical próprios. Este é um exemplo da mudança constante de uma linguagem. No entanto se avaliada sob uma ótica discriminatória as variações linguísticas podem fortalecer ainda mais este estigma.    O preconceito línguistico, no âmbito da educação, marginaliza os estudantes e por vezes, dificulta as relações interpessoais dentro das salas de aula. Em consequência disso, nota-se que grupos de discentes com marcas regionais de linguagem, são amplamente corrigidos por professores e colegas. Tal fato desestimula este aluno a expressar-se, e a participar das discussões apresentadas em sala, o que pode prejudicar sua formação educacional a longo prazo.    De forma análoga, os meios de comunicação como formadores de opinião, são usados para perpetuar o conceito no qual o cidadão exemplar domina a norma culta da língua em todos contextos. Também é importante salientar que, a abrangência da transmissão, seja pela televisão ou internet, junto da repetição da personagem do "iletrado tolo" ajudam a normalizar este paradigma. Parafraseando Denis Diderot, "a ignorância não fica tão distante da verdade quanto o preconceito".     Em razão destes fatos faz-se necessário a integração das variantes como parte da identidade cultural do Brasil. Em contrapartida, a importância da norma culta para o meio comunicativo é imprescindível. Dessa forma, para que ambas opções sejam valorizadas de forma semelhante, a permutação de seus conteúdos deve ser incentivada. Por exemplo, um "dicionário de expressões urbanas", ou um "guia básico à erudição" são possibilidades bem humoradas que podem ser adotadas pela iniciativa pública nas escolas, integrando a língua falada aos fundamentos da norma padrão.