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Enviada em: 12/09/2017

Ditadura linguística  O Brasil é um dos maiores países do mundo em extensão, fato que proporciona uma enorme diversidade entre as regiões do país. Além das diversas culturas, etnias, religiões e modos de vida, há a grande desigualdade social entre os brasileiros. Assim, uma exteriorização consequente das diferentes classes econômicas e das oportunidades de estudo é o preconceito linguístico.   Diante disso, parte do preconceito linguístico se deve à generalização da língua portuguesa e quando isso acontece se esquece das regionalidades, das variações sociais e econômicas da linguagem. Dessa forma, o direito do indivíduo de falar é retirado no momento em que é humilhado pela forma como se comunica. Por outro lado, analisa-se que alguns colégios mais autoritários não toleram regionalidade na fala e os professores corrigem os alunos na frente de todos os outros. Outro exemplo são as novelas que fazem uso das gírias e falas características de certas regiões de forma humorística e humilhante. Por isso, é fato que essas atitudes inferiorizam várias culturas e tentam enterrar as regionalidades das falas de forma cruel para os indivíduos.  Ainda nessa perspectiva, é válido apontar que a urbanização implica o contato com formas linguísticas de maior prestígio, na televisão, na escola, na leitura etc. Isso vai implicar também uma espécie de nivelamento linguístico. Embora as variedades linguísticas se mantenham, quanto mais pessoas souberem ler e escrever e tiverem ascensão social, é mais provável que haja um maior nivelamento linguístico. No caso específico do Brasil, nos últimos oito anos, quase 30 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza e com isso vão impor também sua maneira de falar. Além disso, a grande maioria das pessoas que se formam professores vem dessas camadas sociais. Portanto, isso vai provocar um grande movimento de valorização dessas variedades menos prestigiadas.  Fica caro, portanto, que o preconceito linguístico é uma problemática, a qual ridiculariza, humilha e deve ser combatida. Às escolas cabe conscientizar sobre as diversidades culturais, sociais e econômicas e ensinar a norma culta da língua sem ridicularizar suas variantes e incentivar por meio de aulas, debates, palestras e atividades educativas. Assim como, é preciso que os professores se conscientizem e não sejam eles mesmos perpetuadores do preconceito linguístico e da discriminação. Não obstante, cabe às mídias informar sobre as diversas formas da linguagem e desconstruir a intolerância por meio de folders explicativos, programas televisionados, propagandas, campanhas nas redes sociais, jornais e revistas. Antes de criticar é preciso visualizar como muitos indivíduos não possuem escolaridade adequada e vivem em realidades cruéis e degradantes.