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Enviada em: 17/09/2017
Dê-me um cigarro ou me dá um cigarro? Já no início do século XX, Oswald de Andrade no poema 'Pronominais' defendeu a diversidade linguística existente no Brasil analisando a forma de falar como parte da cultura de cada povo. No entanto, ao invés de valorizar e pregar o que o poeta dizia, o que se vê é exatamente o contrário: um quadro de preconceito e segregação para com os falantes de determinadas culturas. Em termos gerais, a língua pode ser caracterizada como instrumento de comunicação e interação entre indivíduos, tendo diferentes variantes definidas pela faixa etária, condição financeiras e nível educacional dos falantes. Dessa forma, essa riqueza de vocábulos abre margem para o preconceito existente, já que pensamentos de xenofobia - aversão a algo diferentes de um meio - ainda são latentes na sociedade brasileira. Além disso, o assunto ainda é pouco discutido no Brasil. Esse fato é observado ao analisar-se que, constantemente, a mídia utiliza os sotaques de forma satírica em programas e jornais. Em telejornais,por exemplo, nota-se que as notícias de interesse nacional são reportadas por profissionais considerados melhores na fala, não pelo domínio da norma padrão, mas pela caraterização vocal de determinada região, obrigando, muitas pessoas mudarem o jeito de falar, perpetuando, dessa forma, o preconceito linguístico. Destarte, é notório que para amenizar o preconceito linguístico no Brasil, é necessária uma ação conjunta do Estado, da mídia e da sociedade civil. Ficaria sob responsabilidade do Poder Público criar leis específicas de punição aos infratores desse tipo de crime, realizando uma parceria entre o Ministério da Cultura e do Poder legislativo para a criação destas leis. A mídia, por sua vez, deveria ser incentivada a tratar do tema e ser acionada para divulgar e esclarecer dúvidas sobre os projetos do Estado. Já as escolas, também poderiam trazer a pauta à tona, discutindo-a com alunos e familiares ensinando as variantes linguísticas existentes.