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Enviada em: 12/09/2017

A união faz a força.  A diversidade brasileira não é encarada como um ponto positivo entre os próprios cidadãos. Ao invés de retratar toda a sua beleza em um único e harmônico equilíbrio, tal diversidade remete à realidade desigual brasileira e às suas interações xenofóbicas, trazendo à tona o preconceito linguístico, por exemplo. Tendo em vista a realidade miscigenada do Brasil e o real efeito nocivo do preconceito linguístico, pergunta-se: de onde vem e até quando subsistirá o preconceito linguístico na nação brasileira?  O preconceito linguístico não é um fenômeno recente, mas já perdura séculos. Um dos mais expressivos movimentos xenofóbicos foi manifestado durante o êxodo rural, na era Vargas, visto o choque cultural entre nordeste e sudeste. Indubitavelmente há uma diferença acadêmica na formação de indivíduos que vieram do campo com relação aos da cidade. Contudo, será mesmo que a alternativa para a sobrevivência de uma multidão deve ser o seu subjugo de forma angustiante?  Além de se perceber a desigualdade social trazendo privilégios para alguns, é preciso destacar o traço cultural na linguagem de cada indivíduo. Independente da sua formação acadêmica, as referências linguísticas são a base para a diversidade e apontam à sua origem cultural, trazendo consigo o aspecto da honra. Assim, o que é colocado em cheque não é o aspecto gramatical e intelectual, mas sim a influência cultural que moldou todo o processo de formação de uma população.  Concluímos assim que o preconceito linguístico torna a desigualdade socioeconômica cultural brasileira ainda mais crítica, pois fere os valores que foram necessários na formação de cada indivíduo. Cabe então ao Estado a implementação de exposições culturais nas escolas e nos bairros, a fim de conscientizar as pessoas quanto a diversidade linguística e a sua respectiva origem. Esta medida deve ser apoiada pelo judiciário, formalizando leis que cessem o discurso de ódio e satírico voltados à linguagem. Desta forma é possível vislumbrar relações mais respeitosas e a diminuição da violência, fazendo da diferença o mecanismo principal para a união do povo brasileiro.