Enviada em: 13/09/2017

De acordo com o filósofo pré-socrático Heráclito, apenas a mudança é permanente. Nesse contexto, a língua, instrumento que sustenta a sociedade, não foge à regra. Assim sendo, é necessário compreender as ramificações que a mesma possui combater toda forma de preconceito que surja em torno delas.       Considerada como a essência humana pelo filósofo Immanuel Kant, a educação tem papel decisivo na construção da intolerância linguística. Isso porque a escolaridade ainda é um privilégio de poucos e portanto, somente uma minoria sabe usar corretamente a norma culta, adotada como único modo correto de comunicação. O problema é que, a gramática não leva em consideração as variações regionais, históricas, etárias e sociais, transformando muitos brasileiros, através da ridicularização, em estrangeiros dentro de sua própria nação.        Outrossim, para  o filósofo Aristóteles, a política deve ser utilizada de forma que, através da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. Desse modo, fica claro que a ausência de uma lei contra esse tipo de preconceito, rompe essa harmonia, uma vez que, sabendo da impunidade, o agressor sente-se livre para fazer chacota do outro, causando sérios danos psicológicos em quem não fala de acordo com a norma culta.         Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Para o ativista Nelson Mandela, a educação é a maior arma que se pode usar para mudar o mundo. Nesse sentido, o Ministério da educação deve mudar os parâmetros nacionais curriculares e implantar o estudo da diversidade linguística do país, a fim de que as pessoas entendam que a gramática sustenta o idioma, mas que as adaptações e mudanças que as pessoas impõem à ela não estão, necessariamente, erradas. Ademais, o Poder Legislativo deve criar uma lei que puna severamente esses casos de preconceito, para proteger a cultura nacional, a integridade dos falantes da língua e todas suas vertentes. Só assim, a mão que afaga, para o escritor Augusto dos Anjos, não será a mesma que apedreja.