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Enviada em: 24/10/2017

De acordo com o ideário do sociólogo Pierre Bourdieu, capital linguístico se refere à oficialização de uma língua como dominante de forma que as outras variações de um território nacional configurem como aspectos inferiores. Desse modo, percebem-se os precedentes do preconceito linguístico no Brasil. Nesse contexto segregativo, a discriminação intrínseca social e as condições socioeconômicas são fatores que acentuam a problemática.      Em primeira análise, é importante ressaltar que o Brasil é um país pluricultural fruto de uma fusão miscigenatória outrora ocorrida no país. Ao longo da historia, o território nacional recebeu vários imigrantes e junto com eles uma diversidade linguística que no âmbito hodierno é notório a variação da língua conforme o estado e região. Dessa forma, a adversidade vigente consta-se pelo fato das considerações errôneas de que uma variação do português e sobressai a outro variante, que expressa seu escárnio por meio de piadas ofensivas e os excluindo de círculos sociais.     Outrossim, convém frisar que os imigrantes europeus foram beneficiados pelos colonizadores portugueses, e desde tempos passados tem acessos à educação diferente dos negros e indígenas. Nesse cenário, o domínio da norma culta está diretamente relacionado com a questão da dominação e ascensão social que usam do conhecimento para se sobrepor aos que não tiveram um alto grau de escolarização. Segundo o pensamento do educador Paulo Freire, a escola deve ser um lugar onde se desenvolve a consciência e a autonomia, pois quando essa não é libertadora o sonho do oprimido é ser o opressor, destarte alude-se aos meios acadêmicos ensinar à norma culta de desenvolver o respeito do corpo discente a forma coloquial da língua.       Evidencia-se, portanto, que o preconceito linguístico é algo recorrente na sociedade brasileira. A fim de que essa questão seja elucidada a díade Estada e Educação devem atuar em conjunto instrumentalizando ações na sociedade. É mister, que o Ministério da Educação aproveite a discussão do novo ensino médio e formulem aulas mais dinâmicas com discussões sociais com o fito de promover o respeito às variações da língua e paralelamente disponibilize mais livros pela biblioteca online com o intuito de amplificar leitura e redução à segregação da norma culta. Ademais, torna-se imperativo, que com o fito de desconstruir a descriminação linguística as mídias televisas e sociais devem debater sobre o tema e veicular em rede nacional, com subsídio estatal. Destarte, as formas da língua será respeita assim como o multiculturalismo linguístico da terra canarinha.