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Enviada em: 13/10/2017

O preconceito linguístico é realidade no Brasil do século XXI, tendo origem no período pré-colonial, sendo intensificado no decorrer do tempo com a crença de superioridade europeia, que deixou intrincado na sociedade brasileira, como diz o escritor Marcos Bagno, o pensamento errôneo de que somente em Portugal se fala o português correto. Como consequência, nota-se no Brasil a não tolerância aos sotaques e dialetos de cada região, variedades essas que mostram a riqueza cultural do país, decorrentes da intensa miscigenação de raças e etnias, podendo-se citar como exemplo a vinda de holandeses ao nordeste brasileiro em 1624 e a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808, que explicam o porquê de o modo de falar nas duas localidades ser tão diferente. Assim, com tantas diversificações, é comum o estranhamento de início se a pessoa jamais teve contato com alguém de outra região, o problema é essa repugnância continuar, o que pode gerar exclusão social, advinda da dificuldade de comunicação, a pedra dos traços culturais regionais, pois uma vez que uma pessoa é alvo de preconceito, tende a sentir vergonha de si e muda seu hábito para um mais aceito, e na pior das hipóteses, a violência. Além disso, há também a confusão gerada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. É importante saber que a norma culta foi estabelecida para marcar um padrão, um ponto zero, procurando evitar ambiguidades em discursos e textos e a fragmentação da língua, e também que desde que a comunicação seja completa, um jeito de falar não pode ser considerado errado. Dessa forma, faz-se necessário que a população seja conscientizada que variantes linguísticas caracterizam a riqueza cultural de um povo, o que pode ser feita por meio de campanhas educativas e palestras feitas pelo Ministério da Educação juntamente com o Ministério da Cultura, assim como a problemática poderia ser trabalhada nas escolas para que os futuros adultos sejam mais tolerantes, as mídias poderiam ajudar abordando o tema em novelas e propagandas. Além do mais, a não tolerância e todo tipo de violência que ataque a língua deveria ser considerada um crime, devido causar perda do patrimônio cultural brasileiro e danos sociais.