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Enviada em: 17/10/2017

A Língua é um dos principais instrumentos que sustentam a vida em sociedade, já que é responsável pela comunicação e interação entre os indivíduos. Entretanto, embora todos os brasileiros sejam falantes da língua portuguesa, esta apresenta diversas particularidades no contexto regional, etário, social e histórico, o que pode gerar algum tipo de discriminação. Nesse contexto, é preciso refletir sobre os aspectos que tangem o preconceito linguístico dissolvido no cenário nacional hodierno.       "A priori", vale ressaltar que a língua está em constante transformação e os responsáveis pelas mudanças são os próprios falantes, independente da classe social ou nível de escolaridade. No entanto, apesar de ninguém ter o direito de humilhar o outro pela forma de falar, ainda exite essa intolerância nas variações linguísticas-pouco discutida no Brasil- acentua ainda mais a desigualdade social no país, pois a língua está totalmente ligada à estrutura e aos valores da sociedade e, além disso, os falantes da norma culta são aqueles com maior nível de escolaridade e poder aquisitivo. Diante disto, percebe-se que a frase do filósofo inglês Thomas Hobbes,"O homem é lobo do próprio homem", exemplifica a relação de de intolerância que muitos cidadãos praticam quanto ao caráter linguístico-verbal de cada pessoa.          Ademais,convém frisar que o preconceito linguístico gera efeitos negativos para com a sociedade. Uma prova disto está na exclusão social que muitos brasileiros sofrem ao se expressarem em público. Estes,geralmente,são alvo de brincadeiras com relação ao seu modo de falar,o que acarreta em um transtorno psicológico às vitimas. Isto acontece devido à confusão criada entre a língua e a gramática normativa,uma vez que aquela apresenta diversas variações para diferentes ocasiões,por exemplo,em uma conversa com os amigos,é possível utilizar gírias e expressões idiomáticas para a comunicação, no entanto, em palestras é obrigatório usar mecanismos linguísticos mais formais. Dessa forma,a frase do pedagogo Paulo Freire -Não há saber mais ou saber menos:Há saberes diferentes"- evidencia que a língua apresenta variações que podem coexistir de maneira pacífica nas relações sociais.         Destarte, urge a necessidade de atenuar o preconceito linguístico presente no Brasil. Para isso, é imprescindível que as escolas públicas e privadas abordem o tema de maneira aprofundada, nas aulas de Português, por meio de diálogos e exposição a pessoas de diferentes regiões brasileiras, a fim de mostrar para os alunos a diversidade da língua portuguesa e diminuir esse preconceito. Não obstante, a mídia pode introduzir em suas novelas e filmes esse tema de intolerância, com o fito de criar o debate entre pais e filhos nas residências brasileiras. Decerto, assim, a personificação do homem em lobo, segundo Hobbes, será erradicada no âmbito linguístico nas interações sociais brasileiras. Sem um fim social o saber será o maior das futilidades - Gilberto Freyre Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes - Paulo Freire