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Enviada em: 25/10/2017

Em 1922, no auge do Modernismo, Oswald de Andrade publicou os versos " dê-me um cigarro/ Diz a gramática / Deixa disso camarada / Me dá um cigarro ". Esse poema retrata a divergência entre a norma culta e a língua falada, criticando, dessa forma, o preconceito linguístico da sociedade brasileira. Tal discriminação, por sua vez, configura uma grave patologia social, a marginalização de um grande contingente de pessoas devido a sua condição socioeconômica, produzindo efeitos negativos harmonia da democracia brasileira.        Marcos Bagno, escritor brasileiro, define a gramática como a redução da língua a uma condição estática, com isso, conclui-se que a língua nacional é muito mais ampla que a norma culta, incompatibilizando, nessa lógica, a existência do preconceito linguístico. No entanto, a realidade  brasileira difere desse ideia, visto que a discriminação linguística persiste, pois é, na realidade, um preconceito social. Um exemplo dessa situação foi o ocorrido, em um hospital de São Paulo, onde um médico publicou nas redes sociais a fala de seu paciente " pilomonia e raôxis", a fim de depreciar e humilhar o paciente. Evidencia-se, assim, o preconceito da língua, caracterizando pela marginalização social de uma classe que não teve as mesmas oportunidades que aquelas que possuem diploma.       Portanto, diante do conturbado cenário apresentado, o Governo Federal deve criar uma lei criminalizando qualquer forma de preconceito linguístico, a fim de punir adequadamente situações de desrespeito,  bem como evitar futuros casos de discriminação. Além disso, é fundamental que as escolas difundam um conceito de variabilidade linguística tal como é defendido no livro " Por uma vida melhor", o qual difunde o uso da língua cimo dependente do contexto inserido. Desse modo, as crianças futuras serão adultos conscientes da magnitude dos variantes da língua, assim, como do respeito aos diferentes modos de falar.