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Enviada em: 01/11/2017

A previsão de Zweig       Stefan Zweig, escritor austríaco do século XX, foi afugentado pela perseguição nazista em seu país no auge do governo de Adolf Hitler, fato que mais tarde o levou a muda-se para o Brasil. Bem acolhido, e impressionado com a capacidade de evolução de seu novo lar, Zweig intitulou um de seus livros com uma frase que, até hoje, é bastante difundida “Brasil, país do futuro”. Contudo, quando se observa a dificuldade em solucionar problemas como o preconceito linguístico em nosso estado brasileiro, percebe-se que a previsão, ainda hoje, não se tornou realidade. Nesse sentido, é preciso entender suas verdadeiras causas para solucionar esse problema.        Primordialmente, é preciso analisar a qualidade do ensino da língua portuguesa nas escolas. Uma vez que a língua é responsável pela comunicação entre as pessoas e a gramática desempenha uma função fundamental para estabelecer um padrão linguístico entre os falantes. Entretanto, a maioria das escolas tem uma forma improdutiva de ensinar as regras normativas, corroborando para que o aluno não reflita sobre o seu uso e, por isso, encare a linguagem coloquial como algo proibido, errado. Entende-se, portanto, que quando falta à reflexão nas salas de aula sobre as variantes, se estabelece o preconceito da linguagem, paralelamente, à marginalização dos usos em meios informais.        Sob tal perspectiva, entende-se que a mídia muitas vezes, corrobora para a rejeição das variantes linguísticas. É de fácil acesso os programas de TV que ridicularizam as variações regionais e sociais. Isso é perceptível na fala dos personagens estereotipados em filmes e novelas. Nesse sentido, entende-se, que através do humor, reforçam os problemas de desigualdade social do Brasil, uma vez que, ao longo da história, as pessoas que tinham maior nível de escolaridade e mais dinheiro, eram consequentemente as que possuíam o melhor vocabulário. Com isso, fica evidente que a intolerância linguística é também, incitada pelos meios de comunicação, o que pode coibir, para que muitos indivíduos se sintam oprimidos na sociedade.        Sendo assim, é indispensável à adoção de medidas capazes de tornar mutável o reconhecimento e a compreensão da pluralidade da nossa língua. À escola, aliada ao seu papel de formação cívica, deve orientar o professor a criar um ambiente favorável para a reflexão das regras gramaticais do português, apresentando e debatendo as várias formar de falar, a fim de combater o preconceito linguístico e ensinar aos alunos a adaptar a sua forma de falar. Dessa forma, podemos fazer o Brasil, um país que desse orgulho a Zweig, evoluindo sua mentalidade, não limitando-se à literatura, mas exercendo seus conhecimentos no âmbito social.