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Enviada em: 01/11/2017

A língua é dos principais instrumentos que sustentam a vida em sociedade, já que é responsável pela comunicação e interação dos indivíduos. No entanto, ela também pode atuar de maneira negativa, sendo uma ferramenta de segregação social. O preconceito linguístico, no Brasil, é muito evidente, e por isso, é preciso entender que há diversas variantes na língua, e uma não deveria ser mais prestigiada que as demais.    Em primeira análise, cabe pontuar que, embora todos sejam falantes da língua portuguesa, ela apresenta diversas particularidades no contexto regional, etário, social e histórico. Isso significa que a linguagem está em constante transformação, e os responsáveis pelas mudanças são os próprios falantes, independente da classe social ou do nível de escolaridade. Nesse sentido, não se deve considerar a gramática normativa e suas regras, já que ela serve como base de sustento do idioma, mas sim que todas as variações são inerentes ao idioma.    Ademais, convém frisas que o fato de existir uma variante padrão faz com que as demais sejam desprestigiadas, gerando preconceito linguístico. Esse tipo de preconceito, pouco discutido no país, acentua ainda mais a desigualdade social, pois a língua esta totalmente ligada a estrutura e valores da sociedade, e os falantes da norma culta são aqueles que apresentam maior nível de escolaridade e maior poder aquisitivo. Os indivíduos que sofrem preconceito linguístico tendem a desenvolver problemas de sociabilidade e, até mesmo, psicológicos.    Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para atenuar a problemática. E para isso, a discriminação linguística deve ser combatida. Primeiramente, é imprescindível que as escolas abordem o tema de maneira mais profunda, ensinando nas escolas todas as variantes existentes na língua e a importância dessas variações. Por sua vez, a mídia deve investir em campanhas televisivas, com o intuito de desfazer as raízes desse preconceito. A luta é pedagógica, afinal, como dizia Nelson Mandela “ A educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo”.