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Enviada em: 12/03/2018

Estigmatização linguística: um problema social urgente       A língua é uma característica fundamental na construção da identidade de uma nação. Os códigos têm como função garantir a comunicação entre o emissor e o receptor com eficiência. Portanto, admite-se que qualquer forma de linguagem desde que gere a compreensão dos interlocutores deve ser aceita.       Posto que, a língua é um instrumento mutável, em decorrência das necessidades da sociedade, observa-se a abreviação recorrente de palavras, bem como o surgimento de novos vocábulos e expressões em substituição a termos em desuso, tais como "bacana" e "discoteca".  A evolução tecnológica também contribui para essas mudanças, já que a cada dia o tempo reduzido exige que as mensagens sejam mais curtas e  explicativas.       Embora, o Brasil tenha recebido o idioma de herança dos colonizadores portugueses, outros povos também auxiliaram nas estruturas linguística e cultural. Nota-se assim, a existência de variantes, especialmente as regionais, nas quais evidenciam-se os denominados sotaques. No entanto, infelizmente ainda há uma intolerância linguística que rejeita a não internalização da noma gramatical e o consequente uso da informalidade. Desta forma,  estabelecem-se os conflitos sociais referentes ao preconceito linguístico.        Por conseguinte, sabe-se que utilizar uma linguagem com desvios nem sempre é uma questão de escolha. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2022 ainda serão 12 milhões de brasileiros analfabetos. Este lamentável quadro é o reflexo da ausência de uma educação básica de qualidade, além de outros problemas sociais que promovem a evasão escolar, tais como: o trabalho infantil e o acesso às drogas.       Independentemente da situação, os cidadãos não devem permitir qualquer tipo de discriminação, inclusive a linguística.  O combate ao preconceito deve ser constante e enfático com a intervenção do Estado, por meio de suas secretarias e diretrizes de ensino,  afim de implantar políticas educacionais direcionadas ao esclarecimento, compreensão, aceitabilidade e valorização das variantes linguísticas.  Assim como, o acesso à norma culta deve ser facilitado através do fortalecimento da educação pública nacional. Os meios de comunicação devem colaborar para a redução do respectivo preconceito com a  proposta de discussão do tema nos jornais, nos programas de variedades e nas artes cênicas,  estas exemplificadas pelas novelas e filmes.