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Enviada em: 12/03/2018

A colonização, iniciada no século XVI, proporcionou ao recém território achado, ser o destino de diversas ondas migratórias, inicialmente com os colonos portugueses, os escravos africanos e, posteriormente, imigrantes vindos de outros países da Europa. Assim, o idioma do Brasil sofreu influências diretamente da diversidade de povos aqui encontrados, já que a língua é considerada reflexo da sociedade. Desse modo, percebe-se que o preconceito linguístico é uma prática condenável, visto que a língua também foi miscigenada junto à sociedade, nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados, como a humilhação gerada por esse preconceito bem como a ''suposta'' existência de um jeito certo de se falar.             Em primeira análise, cabe pontuar que no Brasil, o ramo profissional está intrinsecamente ligado ao falar correto, por exemplo, profissionais advogados, médicos e engenheiros são vistos pelo estereótipo de pessoas dotadas de uma linguística culta e bem elaborada, quando se comparados à profissionais como pedreiros ou empregadas domésticas. Comprova-se isso por meio do caso que ocorreu em Julho de 2016 na rede social facebook, de um médico que debochou do modo como seu paciente falou pneumonia e raios-X, o caso se trata de um comportamento preconceituoso e não ético perante o falar de outrem.         Ademais, convém frisar que, a norma culta é diferente da língua falada, esta primeira é considerada erroneamente como a correta, só por ser regida por regras, e falada por personalidades influentes como políticos e famosos. Porém, não se pode afirmar que uma forma de falar é correta em detrimento de outra, o que existe é a adequação ao contexto enunciativo. Uma prova disso está na opinião de Marcos Bagno, linguista brasileiro, que diz que não é preciso saber gramática para falar e escrever bem, importando apenas a clareza e o entendimento dentro de uma situação comunicativa.             Portanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática. É imprescindível que o Ministério da Justiça crie um órgão especializado em discutir a questão do preconceito linguístico na sociedade brasileira, por meio da conjuntura de representantes estatais, este órgão deverá receber as denuncias e saber processa-las junto aos órgãos jurisdicionais. Além disso, é essencial que este novo órgão trabalhe também em conjunto com o Ministério da Educação para trazer às escolas palestras com falantes de diferentes variedades existente em todo território brasileiro, mostrando na prática toda trajetória histórica do povo brasileiro. Logo, poder-se-á afirmar que a pátria educadora oferece mecanismos exitosos para que o legado da miscigenação da colonização brasileira, não seja apagado pelo preconceito e discriminação à diversidade linguistica.