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Enviada em: 15/03/2018

Toda e qualquer atitude de julgamento em relação à diversidade linguística é caracterizada como preconceito linguístico. Entretanto, ninguém tem o direito de causar constrangimento ao seu semelhante pela forma de falar. Logo, é imperativo combater esse preconceito, bem estimular a valorização das variantes linguísticas.   Primeiramente, vale ressaltar que a sociedade é influenciada pela mídia que estereotipa personagens de acordo com a sua maneira de falar. Prova disso é que a televisão estimula as pessoas à discriminação linguística de forma bem explícita. Em seus programas, por exemplo, o linguajar nordestino é erroneamente visto como inferior, engraçado e incorreto. Desse modo, o preconceito linguístico configura-se como uma ferramenta de segregação social, pois permite que os falantes da norma culta julguem as variantes da língua, o que contribui para o empobrecimento do patrimônio cultural brasileiro que são as diversidades linguísticas.   Além disso, a imposição da norma padrão da língua nas escolas faz com que as demais variantes seja desprestigiadas, ocasionando preconceito linguístico. Um excelente exemplo disso é a figura do Chico Bento retratada nas histórias do cartunista Maurício de Souza que destaca o falar dele como ''errado'' e repreendido pela professora. Contudo, apontar uma variação linguística como erro é uma atitude preconceituosa. Nessa perspectiva, apesar de ser fundamental preservar a norma padrão da língua escrita, mais importante ainda é respeitar e enaltecer as suas diversas variantes faladas, já que a função primordial da língua é a comunicação.   É seguro afirmar, portanto, que as instituições públicas e coletividade devem lutar contra o preconceito linguístico. Para tanto, o Estado deve abordar esse tema como crime objetivando, através do Poder Judiciário, promover ações judiciais pertinentes contra a discriminação linguística. Somado a isso, a sociedade civil em parceria com ONGs e influencias midiáticas podem criar campanhas publicitárias esclarecedoras nas escolas e nas redes sociais que despertem o pensamento crítico para a valorização e o respeito da diversidade cultural. Assim, observada uma ação conjunta entre Poder Público e sociedade, o Brasil caminhará na direção de um mundo melhor, quebrando estereótipos preconceituosos.