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Enviada em: 18/03/2018

A língua é um dos principais instrumentos que sustentam a vida em sociedade, já que é responsável pela comunicação. No entanto, ela também pode atuar de maneira negativa,sendo uma das ferramentas de segregação social. Assim,é preciso entender que há diversas variantes na língua e  que uma não deve ser prestigiada em relação a outra.    Em primeiro lugar,é importante destacar que o preconceito linguístico é o resultado do tipo de formação histórica brasileira,uma sociedade colonizada, em que tudo que é considerado bom,vem de fora e nunca o que o país possui é autenticamente bom.Dessa forma, este tipo de preconceito,pouco discutido no Brasil, acentua ainda mais a desigualdade social, pois a língua está totalmente ligada à estrutura e aos valores da sociedade.     Segundo o professor da UNB,Marcos Bagno, a língua é algo vivo em constante processo de evolução e pode apresentar particularidades no contexto regional,etário e social. Assim, de todos os instrumentos de controle e coerção social a linguagem, é a mais complexa e sutil.        Logo, não se deve desconsiderar a gramática normativa  e suas regras,pois ela é a base para o sustento do idioma,mas sim admitir que todas as variações são inerentes a fala. Por conseguinte, para construir uma sociedade tolerante com as diferenças é preciso exigir que a diversidade nos comportamentos linguísticos sejam respeitados e valorizados.        Fica claro portanto, que a escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe uma única forma "certa" de falar,a que parece com a escrita. Os professores devem promover projetos que visem a valorização da diversidade cultural linguística, apegando-se menos as regras e mais a missão de ajudar os alunos a desenvolver sua capacidade de expressão e reflexão.O estado e a mídia devem aliar-se para criar campanhas ou até mesmo salões literários que englobe a sociedade civil, como forma de mostrar através da literatura o quanto a língua portuguesa é rica e multíplice. Afinal, ser um "bom" falante é ser poliglota da própria língua.