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Enviada em: 26/03/2018

A Língua é um magnífico instrumento de interação e comunicação entre os homens, a qual possibilita o entendimento entre as diversas culturas existentes. Mas, infelizmente, ela também é um mecanismo de segregação social devido as variantes colocadas em prestígio. Desse modo, é preciso que haja uma releitura da sociedade frente a essa descriminalização que é um preconceito social.       A norma padrão deve ser, sim, vista como um instrumento de empoderamento, mas não como um instrumento de subjugo. É preciso que a diversidade, tanto social, regional, etária, profissional, ou seja, todo tipo de diferença, seja respeitada, pois são os falantes da mesma língua que promovem essa variação, essa pluralidade. Ela é apenas um mecanismo capaz de expressar o que pensamos, o que sentimentos e o que queremos, a qual independe da forma como é abordada. Por isso que o preconceito linguístico deve ser combatido e democratizado.        Essa intolerância é reflexo da péssima gestão educacional no Brasil. Indubitavelmente, a escola é o grande centro de referência da formação de todos os indivíduos, entretanto, ela é um dos difusores do preconceito linguístico. Os próprios alunos, muitas vezes, oprimem, excluem e fazem julgamentos depreciativos entre eles mesmos, pelo fato de não terem o conhecimento necessário sobre as variantes linguísticas ou até mesmo por terem, como exemplo, professores que impõem as normais gramaticais como a única forma ''correta'' de ser utilizada e assim acabam subjugando as demais variantes. Além disso, a mídia tem grande participação como ferramenta social na vida de todos os cidadãos, ela assumiu e assume um papel de retrato. Por esse motivo, muitas vezes, as novelas passam cenas que induzem a descriminalização sobre tal modo de falar de algum personagem que é visto como ''errado'' pela sociedade ou sobre o jeito de falar diferente que é fruto de tal lugar. Esses desafios precisam ser enfrentados para que haja respeito entre todos e para todos.        A fim de que se resolva essa questão é necessário que haja a releitura dos cursos de Licenciatura, por parte do Departamento de cada faculdade, que são responsáveis pelo certificado do profissional que irão conduzir as atuações no ensino fundamental e médio. Ademais, é preciso que os professores se conscientizem e não sejam eles mesmos os perpetuadores do preconceito linguístico, como dizia o escritor e linguista Marcos Bagno. Junto a isso, é imprescindível que as escolas façam uma reformulação da grande curricular capaz de rever o ensino da gramática como aplicação ao texto e as variedades linguísticas como pluralidade, pois é fundamental para um desenvolvimento social mais democrático. E por fim, a mídia tem que assumir seu papel de exemplo mostrando como a variação linguística e o preconceito não devem se efetivar, reafirmando o respeito pela pluralidade social.