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Enviada em: 09/04/2018

Nas tirinhas do escritor Maurício de Souza, o personagem Chico  Bento fala de uma forma diferente e ,às vezes, é ridicularizado por esse motivo. Fora do mundo lúdico infantil, é inegável que o preconceito linguístico está enraizado na sociedade e é perpetuado por instituições sociais que imortalizam paradigmas intolerantes. Além disso, há diversos tipos de discriminação em relação à temática que precisam ser combatidos e mitigados.   No Manifesto Modernista brasileiro no século XX há uma ruptura com a linguagem rebuscada e , assim sendo, as obras da época eram voltadas aos dizeres populares. Em contraposição ao fato exposto, o Brasil contemporâneo retrocedeu e incorporou na sua cultura o combate a quaisquer representações contrárias a norma culta. Desse modo, o âmbito escolar, ao invés de incluir todas as expressões , exclui e inviabiliza as parcelas que não usufruem da gramática normativa. Ademais, a camada infanto-juvenil, que assiste cotidianamente o bombardeio dos parâmetros imutáveis do português, é reportada pelos pais e familiares, ambos insistem em não aderir às novas palavras e maneiras da língua. Logo, é necessário que a Língua Portuguesa não se submeta à homogeneização e inclua o respeito às mutações e manifestações do falar.   Em segundo plano, é importante salientar que o sujeito atual sofre com preconceitos devido à uma ótica superior embasada em raízes históricas que geram diversos tipos de ojerizas relacionadas a língua. Dessa forma, os colonizadores portugueses implantaram coercitivamente o português como língua-mãe, obrigando indígenas e africanos abandonarem seus idiomas nativos. De acordo com esse pressuposto, apesar da unidade nacional, o nível de escolaridade e a região onde o indivíduo vive pondera julgamentos hostis que ecoa o princípio eurocêntrico do colonizador.Outrossim, além desses fatores, a faixa etária do indivíduo e o uso da internet, já que essa criou um espaço para uma nova língua e aquela retoma aos dilemas da vida cotidiana e o conflito das palavras entre as idades, também devem ser discutidas, pois também fazem parte do julgamento depreciativo do linguajar brasileiro.  Portanto, tornam-se imperativos métodos de combate e amenização da problemática. Com isso, é essencial que o meio educacional juntamente com o Ministério da Educação promovam a obrigatoriedade da discussão do preconceito linguístico na Base Comum Curricular de todos os jovens brasileiros e palestras em locais de fácil acesso para que toda família e sociedade possam incluir todos os modelos linguísticos. Por conseguinte, a proposta tem a finalidade de promover uma adesão da diversidade linguística e a não aceitação da unificação da língua. Assim, poder-se-á promover mudanças significativas e o Brasil hodierno espelhar-se-à nos autores modernistas do século passado.