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Enviada em: 18/07/2018

Segundo Platão, mais importante que viver é viver bem. Nesse contexto, frisa-se que a falta de sangue nos estoques brasileiros impede as pessoas dependentes desse recurso de viverem bem ou de tão somente sobreviverem. É importante avaliar, diante disso, que a exclusão de potenciais doadores e a ignorância da população quanto ao tema são barreiras que impedem a reversão desse quadro.               Ressalta-se, inicialmente, que ,consoante a ONU, o país necessitaria de no mínimo 3 % de doadores, mas o Brasil não atingiu nem 2% em 2014. Uma causa para isso é o fato de homens que tiveram relações homoafetivas nos últimos 12 meses não poderem doar. Tal restrição baseia-se numa deliberação da OMS que exclui doadores pertencentes a grupos considerados estatisticamente propensos a possuírem infecções transmissíveis no sangue.Mediante isso, o Ministério da Saúde proibe participação do grupo supracitado de maneira generalizada e injusta, visto que homens homossexuais que não têm padrão poligâmico e sem proteção (fatores que caracterizam legitimamente o risco) também não podem doar, porém o comportamento de risco, e não a orientação sexual, é o que deveria ser avaliado.Prova disso é que, conforme cálculos baseados em dados do IBGE,aproximadamente 19 milhões de litros de sangue de potenciais doações são negligenciados por serem de homossexuais.         Outrossim, os mitos e lendas vigentes no imaginário popular canarinho quanto a doação sanguínea também impedem a resolução do impasse. Ainda hoje, infelizmente, ouve-se ignorâncias como: "doar sangue vicia" , " doar sangue causa doenças" e " afina o sangue". Diante desse cenário, muitas propagandas são feitas por ONG's e orgãos públicos na televisão para refutar essas falácias.Contudo, apesar de avanços, ainda falta muito para se obter a consciência e engajamento necessários para suprir a demanda sanguínea dos hemobancos.       Fica claro, portanto, que existem entraves claros a serem superados para a melhoria do número de doações sanguíneas no Brasil, sendo assim, é necessário medidas. É imperioso, primeiramente, que o Ministério da Saúde reavalie seu posicionamento. É preciso que ele permita a doação sanguínea de homens homossexuais, desde de que eles se autodeclarem tendo uma vida classificada de acordo com os requisitos de segurança sanitária. Dessa forma, a orientação sexual não será discriminada e haverá mais pessoas dispostas e possibilitadas a doarem. Ademais, é de igual valor, a necessidade das escolas conscientizarem a população sobre o tema. Fundamentalmente, o MEC deve incluir o tema  da doação sanguínea na Grade Curricular Comum do Ensino Médio como conteúdo passível de avaliação por nota.Pretende-se,com isso, refutar os boatos, explicar quem pode doar e exortar à doação na fase adulta. Assim, a população se tornará melhor informada e mais pessoas doarão sangue no Brasil.