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Enviada em: 17/07/2018

Na obra Cegueira Moral, Zygmunt Bauman diz que a sociedade atual tem como fim último o próprio eu. A indiferença para com seu semelhante é algo extremamente presente na atualidade. Um fato que prova isso é a questão do preconceito acerca da doação de sangue por homossexuais, que são impostos a medidas diferentes do resto da população para que seja possível a doação sanguínea. No Brasil, homens homossexuais só poderão realizar doação de sangue se passarem um ano sem manter relações sexuais com outros homens. O Ministério da Saúde alega que os 12 meses de abstinência sexual fazem parte de um conjunto de regras sanitárias para proteger quem vai receber a transfusão de possíveis infecções, e que a orientação sexual não deve ser usada como critério para a seleção de doadores e que as regras não são discriminatórias. Porém, na realidade de hemocentros o cenário é diferente, e muitas pessoas são impossibilitadas de doar sangue apenas por serem homossexuais. Um caso relatado deste tipo de preconceito foi o do jornalista João Teixeira, que foi barrado no momento da entrevista para doação sanguínea à um familiar, pois a médica alegou que por ele ser gay não poderia doar. Com isso, o Brasil desperdiça, em média, cerca de 18 milhões de litros de sangue por ano, segundo dados da revista Super Interessante, da Editora Abril. Percebe-se então que o preconceito envolta de homossexuais afeta também a população, que deixa de receber um grande volume sanguíneo. Portanto, medidas precisam ser tomadas para que a problemática seja resolvida. O Ministério da Saúde deve rever suas regras sanitárias para a seleção de doadores, tonando estas um único conjunto de restrições, que abranja todas as categorias, que sejam iguais para todos, para que não haja certa discriminação. Logo, o Brasil terá mais doadores de sangue e mais vidas serão salvas.