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Enviada em: 17/07/2018

A doação de sangue é uma atitude que pode salvar muitas vidas. Atualmente, uma pequena parte da população é impedida de realizar tal ato por um período de 1 ano. Contudo, práticas de preconceito por causa da orientação sexual de muitas pessoas vêm impedindo um número cada vez maior de indivíduos de exercitarem essa prática, e desse modo, medidas que alterem essa situação devem ser adotadas.        O contexto histórico brasileiro indubitavelmente influência essa questão. A chegada da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) na década de 80 causou uma epidemia no país e a população homossexual, pelo fato de ter relacionamento muitas vezes desprotegido e com diversos parceiros sexuais, foi uma das mais atingidas pela doença, causando na população um pensamento preconceituoso de que só pelo fato de ser gay era doente, e esse pensamento, infelizmente, persiste em algumas pessoas até os dias atuais. Prova disso é o sobrinho de um jornalista que estava internado em um hospital de São Paulo, em 2014, que ao relatar para a médica sua orientação sexual foi impedido de doar sangue, mesmo explicando que tinha um relacionamento sério há mais de um ano e que sempre utilizava o preservativo.        Além disso, é importante destacar que a legislação brasileira não proíbe a doação por parte dos homossexuais. Entretanto, a falta de testes rápidos que detectam no momento da entrevista de doação a presença de HIV no sangue em poucos dias após a infecção aliada a um despreparo dos profissionais no atendimento aos gays tem por consequência episódios imprescritíveis e humilhantes para aqueles que os vivenciam.        É preciso, portanto, que o preconceito seja deixado de lado para garantir um aumento no número de doações de sangue. Para isso, é necessário que o governo capacite os profissionais de saúde a trabalharem de acordo com a lei e com educação sem colocar suas opiniões pessoas. Ademais, cabe a população e as vítimas denunciarem casos de preconceito sofridos pela sua orientação sexual. Por fim, a mídia pode abordar essa forma de preconceito como assunto de suas novelas, visto que causa forte impacto na vida social. Assim, o respeito será a base para a construção de um Brasil mais tolerante e preocupado com a garantia da saúde e dos direitos humanos de sua população.