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Enviada em: 21/07/2018

O pensamento retrógrado da década de 1980 ainda está enraizado nas leis de doação de sangue, no Brasil. A restrição de homossexuais a serem doadores se deve mais a uma questão preconceituosa, do que médica. Essa legislação, que não acompanhou os avanços da medicina, é a mesma que impede que milhares de pessoas sejam beneficiadas com essa nobre atitude. Portanto, a atualização dessas leis se faz necessário, bem como outras medidas cabíveis devem ser tomadas para solucionar o problema.        Os baixos estoques de sangue e o ínfimo número de doadores é uma realidade no país. Muitas vezes por medo, por falta de peso ideal para tal ato, ou por questões médicas, muitas pessoas não doam sangue. Em contrapartida, indivíduos saudáveis, com peso e idade ideais , fazem o mesmo por sofrerem constrangimentos e preconceitos ao revelarem, na triagem, que são homossexuais. Isso implica em um desperdício de milhares de litros de sangue que poderiam ser destinados aos indivíduos que realmente necessitam.         Isso se deve a associação feita entre homossexuais e comportamentos de risco, como sexo desprotegido; e portadores de DSTs, como a AIDS, que teve seu ápice na década de 80 e causou a morte de muitos homossexuais e por isso estigmatizou-se esse grupo pela transmissão da doença; e ainda com a promiscuidade. Esses preconceitos são responsáveis pela legislação proibir que homens que tenham tido relações sexuais com outros homens, doem sangue. Logo, o preconceito impede que essas pessoas ajudem a salvar vidas. Outra questão envolvida é o sentimento de rejeição e o de humilhação sofridos nos processos para a doação. Como consequência disso, esses indivíduos nunca mais ousaram voltar a hemocentros,com o mesmo intuito.        Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. A legislação deve sofrer alterações no que desrespeita as relações homo afetivas. Portanto, os deputados relacionados ao movimento LGBT,  devem promover a alteração da lei, de modo que os homossexuais, que tiverem relações sexuais protegidas, ou que possuírem parceiros fixos, se tornem aptos para a doação. Sendo assim, para haver promoção da  mudança, na prática, os funcionários da área da saúde, responsáveis pelas triagens de doadores, poderiam ser capacitados com cursos e treinamentos para melhor atender a todos e de forma igualitária. Outra medida cabível, seria a implementação de testes rápidos e testes moleculares para o rastreamento do RNA do vírus HIV, em doadores. Isso permitiria que mais pessoas doassem sangue, e que a triagem do mesmo, fosse mais eficientes. Logo, o objetivo final da doação seria alcançado.