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Enviada em: 23/07/2018

De acordo com o filósofo Platão, a qualidade de vida tem tamanha importância, de modo que ultrapassa da própria existência. Dessa forma, é mais importante viver bem do que simplesmente viver. Entretanto, o preconceito enfrentado pelos homossexuais na doação de sangue no Brasil, devido à relação estereotipada entre as doenças sexualmente transmissíveis e a homoafetividade, reflete o retrocesso da sociedade no tocante ao respeito à diversidade sexual e à dignidade da pessoa humana. Diante disso, é vital combater esse pensamento por meio da escola e de campanhas públicas.     Sob a ótica do pensador Immanuel Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele. No entanto, muitos colégios negligenciam a importância dos debates sobre tolerância sexual para a formação cidadã dos alunos e, por isso, não os conscientizam acerca de atitudes que possam discriminar o grupo LGBT, como na privação do direito de doar sangue, em razão da associação preconceituosa entre essas pessoas e a difusão de DST's. Vale salientar, porém, que a probabilidade de infecção no material biológico em questão é maior entre os heterossexuais com estilo de vida liberal e sem proteção alguma, do que em um casal gay, monogâmico e que se protege com preservativos.      Além disso, segundo o ativista Mahatma Gandhi, aquilo que se faz no presente determina o futuro. Por isso, a histórica omissão do Estado brasileiro na divulgação de campanhas de combate à homofobia é uma das causas do preconceito hoje existente, responsável pelo receio da sociedade patriarcalista em receber o sangue de pessoas homossexuais, acreditando estar contaminado. Todavia, todo o material coletado, de cidadãos homo ou heterossexuais, é rigorosamente inspecionado nos laboratórios e descartado caso haja alguma ameaça biológica. Desse modo, não há razão para distinguir a qualidade da substância por meio da sexualidade, e sim pela presença ou não de patógeno.     Por fim, de acordo com a Lei da Inércia, de Newton, um corpo tende a permanecer no seu estado inicial até que uma força atue sobre ele, mudando seu rumo. Portanto, é imprescindível que o MEC e as Secretarias de Educação promovam debates nas escolas de cada município, com as famílias dos alunos, médicos e professores, para que possam informar acerca da biossegurança envolvida nas transfusões sanguíneas, independentemente da sexualidade do doador. Ademais, ao Ministério da Saúde compete desmistificar na TV os estereótipos que ofendem a dignidade da comunidade LGBT, como a soropositividade. Assim, a discriminação a essas minorias será atenuada.