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Enviada em: 25/07/2018

A cada dois segundos, um paciente precisa de uma transfusão de sangue no Brasil. Assim, é imprescindível, além de ser um gesto nobre, a realização de doação sanguínea pela população. De acordo com o Ministério da Saúde, os candidatos aptos a doar devem ser recebidos sem discriminação sexual, porém essa atitude não tem sido aplicada de maneira abrangente, visto que indivíduos homossexuais estão sendo barrados durante o processo de doação.    A homofobia, ou seja, a aversão às pessoas que possuem uma orientação sexual distinta do padrão de normalidade imposto pela sociedade, sempre foi um ato presente no país. São frequentes os casos em que eles se tornam vítimas de violência, agressão verbal e preconceito, prejudicando, dessa forma, que os mesmos frequentem certos lugares. Atualmente, contudo, os homossexuais estão sofrendo preconceito, também, no ato de doar sangue, dado que o sangue deles é considerado um perigo para os receptores, devido à grande taxa de contaminação por HIV entre homens que tiveram relações sexuais com outros homens.    Todavia, há quem defenda a limitação imposta aos homossexuais, alegando que, na grande maioria dos casos, eles são irresponsáveis e não usam preservativos. Além disso, cabe ressaltar a crença de que a homossexualidade é uma doença; portanto, ela poderia ser transmitida aos demais. Deve-se alegar, porém, que a restrição de doar sangue por um período de 1 ano, além de ser aplicada aos gays, também é imposta em outras situações, como a realização de alguma tatuagem ou potencial risco de doença do doador. Assim, a medida restritiva não é aplicada somente a uma camada da população.    Diante dos fatos analisados, nota-se que o preconceito aos homossexuais tem prejudicado a recuperação da vida de inúmeros brasileiros, que necessitam de uma transfusão para sobreviver. Nesse cenário, é crucial que os hemocentros revisem suas normas de doação além de analisar, imparcialmente, a capacidade do indivíduo de ceder seu sangue. Vale aplicar, também, multas aos profissionais da saúde que se recusarem a realizar os procedimentos de doação sem uma justificativa plausível.