Enviada em: 24/07/2018

No reino animal diversas espécies apresentam comportamentos homossexuais. No entanto, apenas os seres humanos apresentam comportamentos homofóbicos. Atualmente, a homofobia não se resume apenas às causas sociais, ocorrendo também no âmbito da saúde. No Brasil, o aumento da necessidade de transfusões sanguíneas nos hospitais e o declínio do número de doadores evidenciam  o quão errônea é a exclusão dos homossexuais como doadores.  Dessa forma, é necessária a análise das causas dessa problemática para a realização de possíveis intervenções.       Segundo a legislação brasileira, não há nada que proíba a doação de sangue por homossexuais, entretanto, a realidade é diferente. Existem diversos casos de pessoas impedidas de doar após relatarem manter relações sexuais com alguém do mesmo sexo. Em suma, além de preconceituosa tal ato é ilógico. Pois, além de todas as coletas sanguíneas passarem por eficientes testes de contaminação, de acordo com o Ministério da Saúde, apenas 1.6% da população brasileira é doadora de sangue evidenciando a irracionalidade da criação de exceções desnecessárias nesse processo.       É válido afirmar, portanto, que a causa da proibição da doação sanguínea por homossexuais é unicamente a homofobia. Desde a Idade Média, a relação homoafetiva  é vista como promíscua. Dessa forma, tal pensamento reflete na sociedade atual de diversas maneiras. Em alguns casos a homofobia é explícita: violência física, verbal, etc. Não obstante, a homofobia implícita está presente em diversos locais. Como por exemplo, nas dificuldades em conseguir emprego e os diversos preconceitos relacionados a área da saúde. Assim sendo, para resolver a discriminação enfrentada pelos homossexuais ao se tratar de doação sanguínea é necessário ir além e realizar uma modificação profunda.         Para Oscar Wilde o primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação. Dessa forma, o Ministério da Saúde deve, de imediato, proibir e punir qualquer tentativa de exclusão dos homossexuais no processo de doação de sangue, por meio da padronização da triagem social antes do procedimento. Ademais, para erradicar qualquer tipo de homofobia, o Ministério da Educação deve, a longo prazo, introduzir, na grade curricular brasileira de ensino, aulas sobre orientação sexual, identidade de gênero e palestras contínuas alertando as consequências do preconceito isso, somado a constante divulgação, por meio das redes sociais, de campanhas contra a homofobia, resultará a longo prazo na efetivação da constituição brasileira, garantindo direitos iguais para todos.