Materiais:
Enviada em: 25/07/2018

Atualmente a população doadora brasileira é de apenas 1,8%, mesmo quando a necessidade é muito maior e acaba fazendo com que hospitais aglomerem-se na precisão de transfusões sanguíneas, afinal, ainda que haja avanços científicos, não descobriu-se um substituto para o sangue humano até o momento. A discriminação advinda de processos socio-culturais insere-se similarmente em contextos de saúde, como a intolerância para doadores homossexuais, e mesmo que pessoas heterossexuais possam ser equivalentes em termos de vitalidade, a temática acaba trazendo transtornos que precisam ser discutidos.   Durante a Segunda Guerra Mundial, a transfusão sanguínea ascendeu por motivos de alta precisão com inúmeros soldados feridos gerando grande mobilização social. Hoje, o percentual brasileiro de doação de sangue ainda não se encontra nos parâmetros aceitáveis da OMS (Organização Mundial de Saúde), logo, é visível a enorme quantidade de gente à espera de doações. É válido notar que milhões de pessoas são impedidas de doar, o que acaba instituindo problemas além das filas de espera como o aumento de custo em hospitais e, em alguns casos, migração em busca de países que não tenham restrições com doadores homossexuais (estendendo a quantidade de sangue disponível).  "Deve-se doar com alma livre, simples, apenas por amor e espontaneamente". Nessa frase de Martinho Lutero, pode-se ratificar, culturalmente discorrendo, que infelizmente a cadeia fechada de doadores, - embora haja motivos fisiológicos -, evidencia uma moralidade exclusiva de seres discriminantes, visto que a lei brasileira corroborada em 2004 só permite que homens doem sangue se tiverem um intervalo de 12 meses sem relações sexuais com outros homens na tentativa de evitar DSTs. Em termos biológicos, tanto homens quanto mulheres são aptos para tais doenças, inclusive, mulheres têm mais propiciação a contraírem AIDS.   Fica claro, portanto, que a problemática incentivada não só pelo Brasil, cria impedimentos sérios tanto economicamente, (no alto custo de hospitais), culturalmente, (no impedimento de homossexuais poderem doar) e politicamente, (no aumento significativo de doadores disponíveis para alcance de parâmetros da OMS) que devem ser solucionados. As escolas devem projetar o conhecimento e importância da doação sanguínea por qualquer pessoa, para que se torne algo inserido na cultura da sociedade; partidos políticos devem iniciar campanhas contra a desumanização que é incitada em leis que impedem o ato da doação; o Ministério da Saúde deve manifestar-se em hospitais no intuito de conscientizar profissionais que desprezam ou não utilizam sangues homossexuais saudáveis e ONGs em comunidades a fim de exterminar mitos sobre a doação e principalmente doadores homossexuais.