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Enviada em: 26/07/2018

"Todo homem toma os limites do seu próprio campo de visão como os limites do mundo". A frase foi proferida pelo filósofo Schopenhauer e exemplifica a capacidade de ação limitada do ser humano em função do seu restringido conceito de mundo. Nesse viés, tais limitações respingam em ações humanitárias como a doação de sangue, que restringe a contribuição por homossexuais, destacando a discriminação e comprovando a teoria de Schopenhauer.     Em primeiro plano, as exigências sobre o perfil do doador de sangue mascara o despreparo social em encarar a homossexualidade. Como resultado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) determina que o candidato gay não deve manter relações sexuais há 12 meses até o período de coleta sanguínea. Porém, essa restrição não considera a análise laboratorial do sangue desses indivíduos, descartando-os por um conceito limitado de que tal grupo é responsável pela transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS.    De outra parte, é inquestionável que o preconceito sofrido por homossexuais afeta o empenho nas campanhas de doação de sangue. A esse respeito, as dificuldades impostas pelo sistema de saúde para doação por homoafetivos, levam muitos indivíduos desse grupo a omissão sobre sua sexualidade em prol do doação de sangue. Contudo, a questão moral do direito a liberdade de expressão afastam muitos gays de tal atitude, levando a um grande prejuízo nos estoques de sangues.    Fica claro, portanto, que a mente limitada da sociedade diante do papel homossexual alimenta o preconceito. Dessa forma, é necessária a ação do Ministério da Saúde na reavaliação desses critérios de seleção para a doação de sangue, focando e investindo na análise laboratorial como critério de triagem. Ademais, ONGs em conjunto com a internet podem promover campanhas a fim de atrair a doação de sangue dessa grande parcela populacional. Procedendo, assim, uma sociedade ampla e justa, que não considera apenas conceitos limitados para o progresso.