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Enviada em: 27/07/2018

A exclusão do CID que tratava o homossexualismo como patologia, em 1990, foi um marco no avanço do que por décadas foi considerado doença e até crime. Entretanto, o preconceito ainda persiste na sociedade brasileira e se reflete nas regras mais rígidas para doação de sangue desses indivíduos, prejudicando a saúde de todos. Ora, o combate a essa problemática é um desafio.   Tal fato é resultado da omissão do Estado e da perpetuação do preconceito. Sob essa ótica, o dever de garantir tratamento igualitário esbarra em prerrogativas ultrapassadas e intolerantes que consideram a orientação sexual indicativa de promiscuidade e veta esses indivíduos nos hemocentros, fomentando a escassez. Segundo a super interessante 18,9 milhões de litros de sangue são desperdiçados por essa proibição. Logo, se faz necessária a revisão das diretrizes para doação.   Ademais, segundo o sociólogo Émile Durkheim, o fato social é um fenômeno caracterizado por ações e pensamentos exteriores e coercitivos ao indivíduo. Analogamente, apesar de não haver proibição, mas a exigência de 12 meses de abstinência sexual do público LGBT, pelo Ministério da Saúde, o sentimento de exclusão social faz com que o indivíduo deixe de tentar doar, tornando ainda mais crítica a captação de novos doadores, perpetuando a discriminação. Assim, campanhas como ´´igualdade na veia´´ são fundamentais.     É preciso investir, portanto, no tratamento igualitário de todos. Nesse sentido, o Ministério da Saúde em parceria com os hemocentros, devem oferecer capacitação para os profissionais para que haja o correto acolhimento no momento da entrevista, garantindo a manutenção da dignidade e o possível do retorno do potencial doador. Além disso, a mídia em conjunto com ONG´S, devem intensificar campanhas contra o preconceito e os debates acerca da discriminação e os prejuízos à todos, para que finalmente o direito a opção sexual seja respeitado no País.