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Enviada em: 31/07/2018

No artigo Nº3 da Constituição Brasileira de 1988 consta que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é promover o bem de todo sem discriminação alguma, porém o mesmo não é posto em prática, uma vez que o preconceito perante homossexuais na doação de sangue persiste. Diante disso, deve-se analisar como a herança histórico-cultural e o individualismo influenciam na problemática em questão.    A herança histórico-cultural é a principal responsável pela manutenção do preconceito contra os homossexuais. Isso decorre do século V durante a idade média, a relação homo afetiva devido a influência de fatores religiosos passou a ser bastante oprimida e vista como pecado. A sociedade então, por tender a incorporar as estruturas sociais de uma época, conforme defendeu o sociólogo Pierre Bourdieu, naturalizou-se esse pensamento e passou a reproduzir a ideia do preconceito que, lamentavelmente, persiste ate os dias atuais e é desenvolvido durante toda a vida do ser humano, iniciando-se na juventude ao notar o comportamento dos pais até a graduação com profissionais despreparados. Por consequência passarão o "conhecimento" de uma triagem homofóbica para doação de sangue.    O individualismo exacerbado é o principal fator responsável pelo escasso numero de doadores de sangue no Brasil. isso acontece porque, na pós modernidade, as pessoas, conforme defende o sociólogo Zygmunt Bauman na obra "Amor Líquido" buscam não se envolver nas relações interpessoais que desenvolvem ao longo da vida, Em decorrência dessa fragilidade no laços afetivos somado ao preconceito estabelecido, o individualismo é potencializado e a maioria da população acaba, muitas vezes , não se importando se há pessoas que precisam de transfusão sanguínea e não contribuindo com um simples, porém grande, gesto de compaixão.    Torna-se evidente, portanto, que alguns pontos em relação à doação de sangue no Brasil precisam ser revisados. Em razão disso, o Ministério da educação, em parceria com as escolas deve incluir a disciplina de ética e cidadania no currículo escolar dos ensinos infantil, fundamental, médio e superior. A propósito de desconstruir os esteriótipos e pré-conceitos adquiridos histórico-socialmente e combater o individualismo por meio da criação da empatia através de uma educação conscientizadora baseada nos direitos humanos. Assim, o Brasil poderá aumentar os números de doações e de profissionais aptos a lidar com todos os tipos de gêneros sexuais sem causar nenhum desconforto.