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Enviada em: 29/07/2018

A campanha militar proposta por Alexandre Magno foi caracterizada pelas inúmeras transformações promovidas na Antiguidade Clássica. A postura do Imperador grego marcou, nesse sentido, o avanço da sociedade mundial na esfera tecnológica, mas o desenvolvimento científico não é o único motor da humanidade. Assim, o desrespeito e a intolerância direcionados à população LGBT a partir do preconceito cívico-estatal parecem mostrar, lamentavelmente, que o mundo ainda não evoluiu como aparenta, uma vez que os homossexuais continuam sendo impedidos de doar sangue.     Destaca-se, inicialmente, o impasse na adoção de políticas públicas quanto à contribuição de casais homoafetivos nos hemocentros. Diante disso, embasado no princípio de que a contração de doenças sexualmente transmissíveis entre  gays tem maiores chances de ocorrer, o governo continua a impedir tal parcela de exercer sua cidadania. Analisar os fatores sob essa perspectiva limitada, porém, é ignorar a existência de métodos contraceptivos e exames realizados para a detecção de HIV nos postos de coleta, além de privilegiar os indivíduos heterossexuais, também passíveis de obter essas patologias. Dessa forma, as ações governamentais mostram-se contrárias ao ideal de progresso estampado na bandeira nacional, que mais aparenta funcionar como um adorno no tecido do que como um princípio a ser seguido.       Sob esse viés, embora velada ante o título de Estado laico, a política brasileira encontra dificuldades em exercer tal princípio. Nesse contexto, a presença de bancadas cristãs no Congresso Nacional, fundamentadas na discriminação enraizada em parcela da sociedade, funciona como fator que também impede a doação de sangue por homoafetivos. Sob esse viés, a máxima de Albert Einstein concretiza-se na sociedade ao evidenciar a dificuldade na desintegração de um preconceito, além de notabilizar o paradoxo inerente ao Brasil: a Carta Magna, símbolo máximo do país, tem a isonomia e o direito à vida rejeitados tanto àqueles que precisam de doação, como aos que tentam contribuir nos bancos de recepção de sangue.     Impende, pois, a necessidade de projetos que integrem o progresso tecnológico ao social. Assim, é dever da esfera legislativa a criação de uma emenda constitucional que destaque o direito dos cidadãos homossexuais na doação de sangue, bem como dos poderes executivo e judiciário a sua implantação e fiscalização, de modo a garantir o progresso proposto pela bandeira brasileira. Além disso, é indispensável que o Ministério da Educação, através de verbas da Receita Federal, implemente paradidáticos que debatam o respeito à diversidade nas instituições de ensino, a fim de desmistificar o papel do gay na sociedade e afastar a visão de Einstein do país.