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Enviada em: 30/07/2018

Doar sangue pode salvar vidas. Essa frase além de ser verdade é veiculada a todo momento em campanhas para doação de sangue nos meios midiáticos. Entretanto, de acordo com o Ministério da Saúde apenas 1,8% da população brasileira é doadora, número que poderia ser maior se não fosse o preconceito enfrentado pelos homossexuais para realizar tal ato. Esse preconceito surgiu com a ideia errônea de que a homossexualidade é doença, como era considerada até pouco tempo atrelado ao fato de que no início dos anos 90 houve um surto de HIV nesse meio.   Com isso o Brasil vive uma situação paradoxal, pois homens em perfeito estado de saúde poderiam salvar vidas. São vários os casos relatados de pessoas que foram barrados nos Hemocentros apenas por serem gays. De acordo com a Revista Super Interessante, o Brasil desperdiça cerca de 18 milhões de litro de sangue ao ano por impedir homo e bissexuais de doarem. E quando conseguem doar as restrições são absurdas, como por exemplo não ter mantido relações sexuais por um ano, mas e se a pessoa mantém uma relação estável assim como qualquer hétero?    Essa posição do Ministério da Saúde só comprova que se trata de uma medida homofóbica. Infelizmente, a homossexualidade era considerada como doença até 1990 pela Organização Mundial de Saúde, a OMS. Embora tenha sido retirada dessa lista muitos países ainda a consideram assim, no Brasil em 2017, uma psicologa conseguiu o direito de tratar a orientação sexual como um distúrbio. Essa posição reflete o posicionamento de uma grande parcela da população, que influencia diretamente no preconceito enfrentado até para salvar outra vida.   Fica claro, portanto, que o impedimento dos homossexuais para doar sangue trata-se de um ato de preconceito, que é muito presente na sociedade brasileira. Para reverter essa situação, em primeiro lugar é necessário que o Ministério da Saúde mude o regulamento aceitando-os como potenciais doadores e aplicando a eles as mesmas restrições que os heterossexuais. Essa medida beneficiará muitas pessoas que precisam desse sangue para viver. Em sincronia com esse posicionamento é de extrema importância que o mesmo órgão em parceria com o Ministério da Educação lancem campanhas explicando a importância de tal inclusão e os problemas causados pelo preconceito não só para as pessoas homo afetivas mas também para toda a sociedade. Dessa forma é possível solucionar tal problema a médio prazo.