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Enviada em: 31/07/2018

Biologicamente, o sangue é um tecido, cuja função é transportar substâncias pelo organismo, sendo necessária a reposição dele por doações em alguns casos, como em hemorragias. Sob tal ótica, mesmo sendo de extrema importância social, a doação de sangue é dificultada, visto que, devido à homofobia e à negligência estatal, os homossexuais são impedidos de serem doadores. Nesse sentido, é necessária a promoção de ações sociais, com o fito de amortizar tal problema.        Em primeiro plano, cabe pontuar que o preconceito contra os homossexuais é um dos responsáveis pelo desenvolvimento dessa situação conflituosa. Consoante ao pensamento de Émile Durkheim, sociólogo, de que o fato social é uma forma coletiva de agir e de pensar, dotada de coercitividade e exterioridade, tal problemática é decorrente da formação sociocultural brasileira, a qual foi pautada na heteronormatividade.  Diante disso, os homossexuais, por divergirem do padrão social, são julgados como doentes, anômalos e disseminadores de vírus, instigando a coerção e, consequentemente, o impedimento da doação de sangue por eles.          Outrossim, o Estado fomenta a proibição da doação de tecido sanguíneo por homossexuais. Isso porque, de acordo com a legislação, homens homossexuais não podem doar sangue caso tenham realizado atos sexuais doze meses antes do processo, enquanto que pessoas do sexo masculino, heterossexuais e realizadoras de práticas sexuais sem preservativo com uma parceira podem doar. Tal fato demonstra o caráter excludente e preconceituoso do Estado, pois os processos de fiscalização devem ser iguais, independentemente da opção sexual do doador. Nesse contexto, um volume imenso de sangue é rejeitado no Brasil, dificultando, assim, a distribuição igualitária dele pelos centros hospitalares do país.          É necessário, portanto, que a mídia, em parceria com ONGs, fomente a aceitação e o respeito da doação de sangue de homossexuais pela sociedade civil, por meio da exposição, nas redes sociais e nos principais canais televisivos, de campanhas publicitárias com atores e cantores influentes, com o intuito de mitigar o preconceito existente acerca dessa prática. Ademais, cabe ao Estado, mediante à atuação do Legislativo, tornar a fiscalização, independente da opção sexual, igualitária para qualquer pessoa doadora de tecido sanguíneo, por intermédio da reformulação da dei de doação de sangue, para que o procedimento seja livre de desigualdades e facilitado de forma segura.