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Enviada em: 19/08/2018

Na lei, que impossibilita a doação de sangue por homossexuais, não há um preconceito explícito, mas sim, uma violência velada, na qual, uma portaria impede a doação de "homens que fizeram sexo com homens". Devido, principalmente, a uma relação antiga: A de que as pessoas homoafetivas estão ligadas ao HIV. Visto que, não à muito tempo, o movimento gay se erguia contra as mortes por HIV que estavam sofrendo, que inicialmente, algumas pessoas pensavam atingir somente a população G da sigla, por elas chamado até de castigo divino, hoje esse pensamento é claramente inexato, mas ainda se perpetua, apesar de todas as lutas travadas.       Primeiramente, é interessante perceber como toda população LGBT+, é observada através de um viés de promiscuidade, nada mais que um reflexo da moralidade ocidental, que nos impõe um conhecimento de bem e mal constante. Por isso, essa população é ligada a infidelidade e ao sexo casual desprotegido recorrente, e consequentemente, não seria o tipo ideal para doação de sangue. Entretanto, está claro que esse pensamento é infundado, pois, pessoas que mantém relações heterossexuais detém a mesma probabilidade de cometer tal ato.       Ademais, com a vigência dessa portaria, se um homem homossexual tentar argumentar que usou proteção, ainda será barrado, pelo simples fato de ter feito sexo com outro homem, fato que não ocorre com outra pessoa heterossexual, mesmo se a mesma não tiver se protegido. Porquanto, para conseguir fazer uma boa ação, e ter seu sangue aceito como "limpo", esse homem terá que mentir sobre sua verdadeira identidade, ferindo mais uma vez a constituição, que garante: "todos são iguais perante a lei". Enquanto isso, existe claramente, um déficit em doações de sangue e muitos casos que necessitam de transfusão por todo o Brasil, portanto, impedir pessoas de fazer essa ação, apenas pela sua orientação sexual, é um grande contribuinte desse problema.       Por fim, em vista dos argumentos citados, nada mais justo que a portaria ser modificada pelo Ministério da Saúde, a fim de que seja reformulada, com novos critérios de proibição, que seria para todas as pessoas que tenham praticado sexo sem proteção, nos últimos 2 meses, pois é o tempo inicial de incubação da AIDS, essa pessoa irá também responder um questionário para comparar se sentiu algum sintoma, após isso há também a possibilidade de um rápido teste. Entretanto, todo esse processo pode cansar o indivíduo e faze-lo desistir, por isso, deve-se contar principalmente, com a honestidade do candidato.