Um preconceito que corre nas veias Durante um longo período da história da humanidade, os cidadãos sofreram preconceitos por conta de sua orientação sexual, principalmente no ínterim do Nazismo. Hodiernamente, ocorre a permanência de práticas preconceituosas quanto à doação de sangue por homossexuais no Brasil, sendo necessária a análise desta questão, levando-se em conta o processo de triagem e de seus resultados para o país. Mormente, observa-se a adoção de um método de triagem que parte de um pressuposto arcaico para impedir a doação de sangue por homossexuais. Uma dos questionamentos feitos é se o homem fez sexo com outro homem nos últimos 12 meses. Se a resposta for afirmativa, esse candidato à doação não poderá realizá-la.Tal realidade advém da década de 80, na qual ocorreu uma grande propagação do vírus HIV entre os LGBT's. Diante disso, criou-se a ideia de que tais grupos são de risco, mesmo sem ser feita a devida análise de seu sangue, deixando-se implícita a ideia de que homossexuais são portadores de doenças, o que fortalece ainda mais o preconceito pelo qual eles sofrem, visto que o HIV é comumente associado a tal setor social, apesar de não ser restrito ao mesmo. Em consequência disso, a nação brasileira perde um grande contingente de doadores sanguíneos. A meta criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que que pelo menos 3% a 5% da população de um país doe sangue. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, essa porcentagem é de 1,8%, dado muito abaixo da meta estabelecida e que poderia estar em ascensão se não ocorressem práticas preconceituosas em relação à doação de sangue pelo indivíduo homossexual, tais como as mencionadas anteriormente. Mediante o alencado, faz-se necessária a adoção de medidas para que sejam derrubados preconceitos históricos que impedem o avanço do país. Compete ao Ministério da Saúde a mudança dos critérios para a doação de sangue, por meio da atualização do questionário da triagem, passando a indagar se o indivíduo fez sexo seguro nos últimos 12 meses, independentemente do sexo do parceiro (e não se fez sexo com outro homem), de modo que princípio de impedimento seja o comportamento de risco e não mais a ideia preconceituosa de grupo de risco. Além disso, após a adoção de tal medida, o mesmo órgão deve criar campanhas para o incentivo da doação de sangue pelos homossexuais, através das mídias e dos postos de saúde, de maneira que as doações de sangue cresçam no país. Desta maneira, doravante o Brasil alcançará a meta estabelecida pela OMS e os preconceitos em relação à doação sanguínea por homossexuais fiquem no passado.