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Enviada em: 03/08/2018

Um preconceito que corre nas veias     Durante um longo período da história da humanidade, os cidadãos sofreram preconceitos por conta de sua orientação sexual, principalmente no ínterim do Nazismo. Hodiernamente, ocorre a permanência de práticas preconceituosas quanto à doação de sangue por homossexuais no Brasil, sendo necessária a análise desta questão, levando-se em conta o processo de triagem e de seus resultados para o país.     Mormente, observa-se a adoção de um método de triagem que parte de um pressuposto arcaico para impedir a doação de sangue por homossexuais. Uma dos questionamentos feitos é se o homem fez sexo com outro homem nos últimos 12 meses. Se a resposta for afirmativa, esse candidato à doação não poderá realizá-la.Tal realidade advém da década de 80, na qual ocorreu uma grande propagação do vírus HIV entre os LGBT's. Diante disso, criou-se a ideia de que tais grupos são de risco, mesmo sem ser feita a devida análise de seu sangue, deixando-se implícita a ideia de que homossexuais são portadores de doenças, o que fortalece ainda mais o preconceito pelo qual eles sofrem, visto que o HIV é comumente associado a tal setor social, apesar de não ser restrito ao mesmo.      Em consequência disso, a nação brasileira perde um grande contingente de doadores sanguíneos. A meta criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que que pelo menos 3% a 5% da população de um país doe sangue. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, essa porcentagem é de 1,8%, dado muito abaixo da meta estabelecida e que poderia estar em ascensão se não ocorressem práticas preconceituosas em relação à doação de sangue pelo indivíduo homossexual, tais como as mencionadas anteriormente.      Mediante o alencado, faz-se necessária a adoção de medidas para que sejam derrubados preconceitos históricos que impedem o avanço do país. Compete ao Ministério da Saúde a mudança dos critérios para a doação de sangue, por meio da atualização do questionário da triagem, passando a indagar se o indivíduo fez sexo seguro nos últimos 12 meses, independentemente do sexo do parceiro (e não se fez sexo com outro homem), de modo que  princípio de impedimento seja o comportamento de risco e não mais a ideia preconceituosa de grupo de risco. Além disso, após a adoção de tal medida, o mesmo órgão deve criar campanhas para o incentivo da doação de sangue pelos homossexuais, através das mídias e dos postos de saúde, de maneira que as doações de sangue cresçam no país. Desta maneira, doravante o Brasil alcançará a meta estabelecida pela OMS e os preconceitos em relação à doação sanguínea por homossexuais fiquem no passado.