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Enviada em: 27/08/2018

Agilizar a inclusão      É notória a quantidade de burocracias e normas ineficientes no Estado brasileiro, que inviabilizam uma melhor prestação de seus serviços. A exemplo disso, tem-se o preconceito aos homossexuais quanto ao ato de doar sangue, pois, histórica e cientificamente, eles são considerados prováveis portadores de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Entretanto, devido à falta de doadores sanguíneos disponíveis, é necessário alterar a seleção dos candidatos, visando sua abrangência possível.      Exordialmente, o processo seletivo de hemo-doadores deve ser reavisto de modo a melhorar sua efetividade. Em vista disso, é importante citar que os homossexuais são imediatamente descartados da triagem prévia, somente por praticarem relações sexuais com pessoas do mesmo sexo. Nesse ínterim, milhões de litros de sangue não passam para a próxima etapa, o exame laboratorial, o que reduz a disponibilidade desse para a doação. Dever-se-ia verificar, na verdade, aqueles que têm parceiros diversos e não usam preservativos, fatores esses que promovem a propagação de DSTs. Assim, o índice de voluntários de 1,5% da população (fonte: aprendaavalorizar.blogspot.com) seria maior.     Em segundo lugar, os hemocentros devem ser capacitados a usarem as melhores técnicas de identificação de doenças em seu material de trabalho. Nessa perspectiva, a desburocratização do Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de incorporar agilmente novas tecnologias em seus serviços, iria possibilitar que os exames de sangue e a averiguação de doenças em homossexuais também fossem mais rápidos. Desse modo, a técnica de detecção genética da AIDS, feita de 10 a 14 dias e mais eficaz que as disponibilizadas pelo SUS, permitiria mais sangue aos estoques dos hospitais e mais dignidade aos que necessitam da transfusão.     Infere-se, portanto, que o processo seletivo nos hemocentros necessita de atualização. No intuito de garantir a veracidade nas entrevistas aos doadores, o Ministério da Saúde poderia requerer que essas fossem feitas por psicólogos, a fim de detectar possíveis sinais de respostas mentirosas, o que permitiria a seleção daqueles que fazem sexo com proteção e não são promíscuos. Ademais, o Ministério da Ciência e Tecnologia poderia requerer ao Poder Legislativo emendas à Constituição, que visem reduzir a burocracia nos projetos científicos, o que permitiria aos novos avanços médicos sua incorporação rápida no SUS. Mediante essas alterações, os dois problemas seriam minorados, a discriminação indevida dessa minoria e a ineficiência das transfusões.