Materiais:
Enviada em: 09/08/2018

Em 1980, ocorreu uma epidemia que foi denominada GRID (sigla em inglês para “imunodeficiência relacionada aos gays”), hoje conhecida no mundo todo como AIDS. Nesse contexto, foi constatado que uma das formas de transmissão dessa doença era por transfusões sanguíneas, ocasionando a restrição de doação de todos os homossexuais da época, que eram vistos como o principal grupo de risco. Atualmente, evidencia-se que essa perspectiva gerou traços problemáticos, que ainda persistem na sociedade, como: dificuldades de doação de sangue e os preconceitos relacionados a grupos LGBT.       Primeiramente, é indubitável que a doação de sangue no Brasil e no mundo tem diversas restrições e medidas de precaução. Consoante a isso, uma campanha de publicidade realizada em 2016, pela ONG internacional All Out, verificou mais de 215 mil doadores numa fila de espera fictícia, caracterizada por homens homossexuais aptos para fazer doação, que em virtude de restrições relacionadas à sua orientação sexual, são de maneira equivocada impedidos de doar. Sendo assim, mostra-se incontendível que à medida da constituição que restringe a doação de sangue, por parte de grupos homoafetivos, predispõe que todos os casais homossexuais praticam sexo sem proteção, o que incontestavelmente é uma visão errônea e preconceituosa.      Outrossim, podemos destacar os preconceitos relacionados a grupos LGBT, que acabam sendo maquiados como medidas de segurança. Nesse prisma, Albert Einstein, renomado físico, diz: “É mais fácil desintegrar um átomo, do que acabar com um preconceito”, ou seja, em uma sociedade que, segundo Machado de Assis, é vista como imoral e desprovida de virtudes, deixar concepções preconceituosas desenvolvidas através do tempo para trás é um grande desafio. Dessa maneira, é incontrovertível que atitudes homofóbicas do passado ainda perpetuam na sociedade, e isso constitui-se um fator determinante na doação de sangue pois, milhares de doadores sem doenças transmissíveis pelo sangue, tornam-se inaptos em virtude de sua orientação sexual.     Destarte, faz-se necessário a adoção de medidas, a fim de que se diminua as dificuldades encontradas pelos homossexuais, em doações sanguíneas. Conquanto, cabe a Organização Mundial da Saúde, encaminhar um pedido ao Supremo Tribunal Federal, com o intuito de atualizar a lei que restringe a doação de sangue de homens que mantém relacionamento com outros homens, para que haja uma igualdade de tratamento entre homo e heterossexuais, nos hemocentros. Não obstante, deve ser realizada campanhas, através da internet e televisão, com o objetivo de combater o preconceito a grupos LGBT, e de desmistificar antigas concepções, que sem conhecimento eram atribuídas aos homossexuais. Somente assim, evitaremos novas atitudes preconceituosas como a de 1980.