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Enviada em: 20/08/2018

Desde 2005, a campanha Junho Vermelho tem objetivado a conscientização social quanto às vantagens da doação de sangue. Em contrapartida, a legislação brasileira restringe o ato à grupos específicos, considerados de risco à partir da instauração da lei no fim da década de oitenta.  Criada em um contexto sociocultural do século passado, tais diretrizes apresentam em sua composição, elementos de cunho preconceituoso em relação, por exemplo, aos grupos homossexuais, impedindo-os de exercer o papel de doador. Passados os anos, embora alguns preceitos vinculados a lei foram modificados, a orientação sexual ainda é levada em consideração para seleção de possíveis doadores e essas medidas podem ser um dos principais motivos da recorrente queda no reabastecimento dos estoques de sangue nos centros médicos.                                A pesar das inúmeras campanhas de incentivo promovidas pelo Ministério da Saúde, os índices de Febre Amarela e Sarampo, atualmente progressivo em algumas regiões do país, vem diminuindo a quantidade de doadores aptos e levantando ainda mais questionamentos quanto a verdadeira necessidade do restringimento da doação por cerca de 10% de toda população brasileira, constituída por cidadãos do movimento LGBT. Na visão de boa parte da sociedade, a lei é uma expressão de oposição à ciência e a igualdade, pois retrata de modo questionável, barreiras que poderiam ser quebradas por um simples exame de sangue ao qual todos os doadores, sem exceção, são submetidos no ato da doação. Os hemocentros de todo país, alegam preocupação com o elevado número de pessoas dispostas a doação mas que por motivos como esse, são impedidas de contribuir com o reabastecimento de seus estoques.      Visto isso, é inegável a necessidade de maior engajamento social na luta contra a segregação e com a ajuda dos governantes, oferecer maior apoio e aceitação das minorias que também são parte importante na contribuição para a qualidade de vida das comunidades. Primordialmente, é necessária a instauração de programas educacionais que demonstrem a importância da doação de sangue. Maior participação dos líderes municipais na implementação de projetos e palestras que expliquem de maneira simples e didática para a população, os procedimentos e suas exigências para que todos possam se organizar e transformar sua participação em um hábito. Ademais, para que as mudanças possam alcançar níveis satisfatórios, o poder legislativo, em parceria com seus representantes e complementares, precisa autorizar mudanças na lei, agregando apenas cuidados essencialmente indispensáveis para que cada vez mais pessoas s]façam parte dessa corrente que não apenas é um anseio material, mas sim, parte da guerra na promoção da igualdade.