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Enviada em: 28/08/2018

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil, vêm sofrendo uma queda nas doações de sangue, ocasionada, pela falta de hábito dos brasileiros de fazê-lo, apesar de várias tentativas de sensibilizar novos voluntários e fortalecer o vínculo com os já existentes. Tendo como ponto, a falta de doadores, não é prudente recusar os que estão dispostos a doar, ainda mais, quando o motivo da recusa, é o preconceito enraizado.           No ano de 1980, houve no mundo, o início de um surto do vírus HIV; tal epidemia, tinha como vítima dominante, homens gays; em uma matéria publicada no ano de 2001, pelo Ministério da Saúde, a porcentagem de homossexuais com o vírus HIV nos anos de 1983-1990, era maior que 40%, enquanto a dos heterossexuais era um pouco maior que 8%. Essa diferença chocante, fortaleceu uma visão preconceituosa, já existente, de que o homossexual era uma classe promíscua, no qual se relacionava sexualmente de forma imprudente. Esta alegação tomou tanta força, que na época a epidemia foi tratada por diversos nomes pejorativos, como por exemplo, "câncer gay","peste gay", e a que ficou mais famosa, "doença 4H" (Homossexual, Haiti, Hemofílicos e Heroinômanos - no quais esses eram os disseminadores e portadores do vírus-).         Em uma matéria publicada no site "Lado bi" no ano de 2015, foram relatados por diversas pessoas, que viveram no período da epidemia, a forma alarmante, que os homossexuais eram infectados, e isso se dava, principalmente, pela falta de informação; tanto dos médicos, que não sabiam a causa da doença e como trata-la, quanto da população, que se baseava em especulações. Como a maior porcentagem de vítimas, eram homens gays, esse grupo ficou marcado no procedimento hemoterápico.        Após o surto dos anos 80, segundo o Ministério da Saúde, o índice de vírus HIV, no Brasil, teve uma diminuição no grupo LGBT, e a partir do ano de 1991, aumento no grupo heterossexual feminino; porém tal aumento, não restringiu a doação de sangue das mulheres, deixando nítido, que não se trata somente em qual grupo o vírus é predominante, mas sim, de um preconceito que envolve a orientação sexual, tal que já está enraizado na classe LGBT.          Para resolver esse déficit nos bancos de sangue, é necessário romper a barreira do preconceito. Com o Ministério da Saúde adotando um posicionamento mais forte, que irá condizer com a ideia de que orientação sexual não deve ser utilizada como critério para definir se o voluntário pode ou não doar sangue, ações dos hemocentros, para disseminar informações, tanto sobre doenças transmitidas pelo sangue, suas causas e tratamentos, quanto desvinculações com o preconceito enraizado. São atitudes simples, mas que teriam um grande impacto nos dados de bancos sanguíneos.