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Enviada em: 23/10/2018

É evidente, ao analisar a história da humanidade, a presença de ideários pautados no patriarcalismo no tangente à amplas temáticas. No limiar do século XXI, contudo, o corpo social buscou se desvincular de ideais vetustos e limitantes, a fim de construir uma conjuntura global igualitária, a qual abrangesse diversos grupos. Constata-se, entretanto, que as visões ímpias e marginalizantes não foram, integralmente, cessadas. Impreterivelmente, essas lacunas reverberam uma coletividade que necessita de avanços morais para a plena inserção da totalidade demográfica em diferentes âmbitos. Nesse sentido, faz-se salutar que medidas discriminatórias, como o impedimento de doação de sangue por parte da população homossexual sejam reavaliadas, discutidas e coibidas.    Em primeiro plano, é importante salientar a dissociação entre direito e garantia no tocante à temática, visto que a Constituição de 1988 prevê a integração da nação, sem pontuar exceções e deixar espaços que possibilitem práticas segregacionistas. Em contrapartida, percebe-se que não há a inserção moral e ética de todas as diretrizes da carta magna no imaginário popular brasileiro, uma vez que entraves para a efetuação da prática, a qual ascende as possibilidades de melhora e cura de pessoas carentes, ainda são presentes. Nessa ótica, infere-se que os cidadãos brasileiros não aderiram plenamente à teoria do filósofo Michel Foucault, o qual defendeu, durante décadas, a ruptura de herdades antigas e a construção de novas convicções, que respeitassem os anseios majoritários, com a finalidade de corroborar isonomia. Desse modo, a intervenção foucautiana nesse meio é imprescindível.   Em segundo plano, vale ressaltar que atitudes excludentes ratificam o isolamento social e econômico no que tange aos LGBTs. É tácito, ademais, que a não incorporação coletiva potencializa psicopatologias, o que representa uma problemática maléfica e preocupante. Indubitavelmente, na hodiernidade, sabe-se que essa visão estorvante está desatualizada e precisa de interpretações contemporâneas, que visem atenuar os imbróglios que resultam em desperdícios anuais de 18 milhões de litros de sangue, dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). Analogamente, o conceito de "Tábula Rasa" de John Locke será transmutado e os poderes estatais internalizarão preceitos justos.   Torna-se irrefragável que o cenário atual precisa ser modificado, com a finalidade de abranger os grupos homoafetivos no tocante à questões de saúde pública. Consoante a isso, é fundamental que o Governo, por meio do Ministério da Saúde, crie e adeque leis com o objetivo de possibilitar a doação de sangue desses. Isso deve ser feito, primordialmente, considerando as necessidades hospitalares e os anseios dos indivíduos homossexuais, que devem ser priorizados para a elaboração das medidas, haja vista a notoriedade da representação. Assim, o contingente demográfico obterá igualdade legal.