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Enviada em: 02/10/2018

Na obra pré-modernista “O triste fim de Policarpo Quaresma”, o escritor Lima Barreto constrói um personagem nacionalista ufânico, de modo que a paixão em demasia pela pátria demonstre, na verdade, uma alienação com a realidade circundante . Já no Brasil contemporâneo, tal idolatria torna-se incoerente devido ao sistema de seleção para doadores de sangue possuir diretrizes homofóbicas. Assim,faz-se ímpar a solução de tal mazela social para que a nação legitime a Democracia. A priori, o grupo LGBT é excluído do grupo de doadores de sangue devido a pilares culturais. Historicamente, a colonização brasileira foi realizada para expandir o cristianismo e, para tanto, foram estabelecidos dogmas religiosos que são seguidos há séculos por muitos. Tendo em vista que a moral católica propõe a heterossexualidade como comportamento ideal,aqueles que fogem a essa norma são marginalizados. Nessa perspectiva, homens os quais tenham relação sexual com seres do mesmo sexo, por exemplo, são considerados grupos de risco para doação, porque muitos preconceituosos acreditam que ser homossexual é sinônimo de uma vida promíscua e sem cuidados com a saúde. Desse modo, essa parcela da população é seccionada e desmotivada a realizar tal atitude imprescindível à manutenção da vida de muitos brasileiros. Sob outro prisma, a dificuldade enfrentada pelos homoafetivos demonstra a insipiência tecnológica do processo de doação sanguínea.De acordo com o filósofo Karl Marx, o Estado Moderno é um comitê para gerir negócios da burguesia. Essa máxima se assemelha à defasagem tecnológica do setor público de saúde, haja vista o baixo investimento em testes eficientes para detecção patológica do sangue. Nesse sentido, como os atuais exames não conseguem identificar doenças antes da resposta imunológica do organismo, os agentes de saúde preferem evitar a doação de grupos considerados de risco do que promover maior desempenho tecnológico nessa área.Assim, os Direitos Humanos dos gays são violados na medida em que não são tratados de forma igualitária devido a uma gestão financeira equivocada. Portanto, os obstáculos que os homossexuais enfrentam para doação possuem pilares culturais e financeiros. Para mudar isso, as Instituições de Ensino devem lecionar a disciplina "Educação Sexual" em todos anos escolares, na qual as diversas sexualidades sejam debatidas entre psicólogos e alunos, com intuito de desenvolver o pensamento crítico nos futuros cidadãos sobre homossexualidade e reduzir os preconceitos. Ademais, cabe ao Ministério da Saúde oferecer incentivos fiscais aos laboratórios que desenvolvam testes patológicos no sangue mais eficientes, a fim de permitir a pluralização da doação de sangue. Certa feita, finalmente, Policarpo poderia sentir orgulho da nação.   ntem.