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Enviada em: 19/10/2018

Durante a década de 1980 houve uma epidemia de AIDS, os primeiros casos foram em homens homossexuais, criando o mito que a doença era exclusiva para esse grupo. Mas ainda no mesmo período surgiram casos em pessoas heterossexuais, revelando que a relação entre a doença e a homossexualidade era nula. Diante disso, fica evidente que proibir homossexuais de doarem sangue é uma medida preconceituosa.  Um grande desafio é a homofobia, discriminação que exclui os homossexuais da sociedade apenas com base na orientação sexual, criando dificuldades de se inserir no mercado de trabalho, sofrendo violência física e verbal e, recentemente, sendo impedidos de doar sangue. Essa realidade é retratada na obra de 2013, ''Clube de Compras Dallas'' baseada na história real de Ron Woodroof, um eletricista heterossexual do Texas diagnosticado com AIDS em 1986. Ron além de ter que lutar contra doença, tem que lidar com o preconceito e, em busca de tratamento acaba vivenciando a homofobia apenas por ser portador do HIV.    Outrossim, segundo um Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2015, as relações heterossexuais são responsáveis por 49,9% das transmissões do vírus HIV, enquanto relações homossexuais transmitem em 45% dos casos. É possível perceber que manter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo não é um fator de risco para AIDS, ainda menos um fator de proibição para a doação de sangue, já que a amostra é testa independente da orientação sexual do doador.     Haja vista as questões supracitadas, o combate ao preconceito enfrentado pelos homossexuais na doação de sangue deve tornar-se efetivo a medida que a informação atingir toda a sociedade. Sendo assim, cabe ao Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação implementar políticas que promovam uma formação mais adequada aos profissionais da saúde,  por meio de cursos de atualização profissional aos trabalhadores já formados e inserção de novas matérias na grade das graduações da área, permitindo novos profissionais livres de preconceitos, a fim de possibilitar a doação de sangue independente da orientação sexual do doador.