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Enviada em: 19/10/2018

A antropóloga Ruth Benedict, ao dizer que a cultura é a lente pela qual a sociedade enxerga, mostra que os preconceitos adquiridos no convívio social são bases para a discriminação que os homossexuais brasileiros enfrentam na doação de sangue. Com isso, infere-se que essa problemá- tica é sustentada, sobretudo, pelo preconceito histórico da sociedade e pe- las limitações impostas pela Legislação Brasileira.     Deve-se salientar que grande parte da população associa as DSTs, como AIDS e hepatite, aos homoafetivos. Esse esteriótipo leva a uma ideologia preconceituosa e, devido a isso, homossexuais, mesmo que monogâmicos, saudáveis e com a condições básicas adequadas, são, regularmente, impedidos de doar sangue, sem que haja, ao menos, testes para a detecção de DSTs e, com isso, impossibilitando a doação de sangue por parte dos mesmos.      Outro fator imprescindível é que a Legislação Brasileira impede que homens que tiveram relações sexuais homoafetivas doem sangue pelo período de um ano, aumentando ainda mais o preconceito já existente. Contudo, tal determinação acaba não levando em consideração que os heterossexuais também podem transmitir DSTs, o que leva ambos grupos ao mesmo nível de risco em relação a doação. Diante disso, milhares de litros de sangue são desperdiçados com essa restrição da população homossexual, ocasionando a falta de sangue nos hemocentros.         Dessa forma, deve-se inferir que que medidas devem ser tomadas para mudar esse quadro. Tornando-se, portanto, fundamental que instituições, como ONGs e até mesmo hemocentros, por meio das mídias sociais, promovam a conscientização sobre a importância de doar sangue para salvar vidas, com o objetivo de fazer com que essa ação seja sempre valorizada, independente da opção sexual do doador. Junto a isso, cabe ao Ministério da Saúde em conjunto com o poder legislativo, através de leis, instituir a obrigatoriedade da realização de testes de DSTs, a fim de que as oportunidades de doação de sangue sejam democratizadas.