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Enviada em: 25/10/2018

A transfusão de sangue é muito importante no tratamento de alguns casos da medicina, é utilizada em situações de choque, hemorragias e doenças sanguíneas. Entretanto, o número de doadores está abaixo do ideal no Brasil, com 1,8% da população sendo doadora de sangue, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) a taxa ideal é de 3% da população. A respeito disso, torna-se evidente que o preconceito com os homossexuais é um dos fatores responsáveis pelo baixo número de doadores. Os LGBTs uma vez despidos de seus direitos, continuam, dia após dia, sendo descriminados.     Em primeiro plano, é necessário observar que a população associa algumas doenças transmissíveis sexualmente com os homossexuais. Isso devido ao fato de que em uma relação entre pessoas do mesmo sexo não há o risco de engravidar e alguns acabam não usando os preservativos. Tendo em vista esse estereótipo, pode-se evidenciar que a descriminação dessa parcela está enraizada na sociedade, principalmente por influência dos dogmas da igreja, já que, de acordo com Francis Bacon, o comportamento humano é contagioso. Por consequência disso, homossexuais são constantemente impedidos de doar sangue, mesmo deixando claro que usam proteção nas relações, sem que haja testes para detectar a presença de DSTs.     Além disso, nota-se que a legislação brasileira está colaborando com o preconceito já existente. Isso porque para que um homossexual possa doar sangue ele precisa ficar um ano sem ter relações com outro homem. Entretanto, tal determinação não leva em conta que vários heterossexuais não utilizam preservativos e são potenciais transmissores de doenças, da mesma forma que os homossexuais, o que deixe esses dois grupos no mesmo patamar quanto ao risco em relação à doação. Dessa forma, de acordo com a revista "Superinteressante", mais de 18 milhões de litros de sangue são desperdiçados com a restrição de doação dos homossexuais.     Urge, portanto, que medidas sejam tomadas para minimizar os efeitos do preconceito na doação de sangue. Cabe aos cidadãos repudiar a inferiorização dos homossexuais no território brasileiro, por meio de debates nas mídias sociais capazes de desconstruir a ideia de que todos os homossexuais representam um risco na doação de sangue. Ao Ministério da Saúde, por sua vez, compete realizar modificações no processo de doação, por meio de investimento na compra de equipamentos que façam os testes de detecção de DSTs de forma mais eficaz, com o objetivo de diminuir a rejeição de doação de sangue dos homossexuais, que só poderá ser feita com a constatação de alguma doença. Assim, o Brasil poderá superar os preconceitos que estão enraizados na sociedade.