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Enviada em: 25/10/2018

Grande personalidade histórica do século XX, a Lady Diana surpreendeu o mundo ao  abraçar a causa dos homossexuais afetados pela AIDS, desmistificando o preconceito contra esses grupos. A grande problemática acerca do assunto é que mesmo a doença tendo surgido no século passado, sua associação com a homossexualidade ainda é muito forte, tornando-se o motivo chave dos preconceitos enfrentados pelos gays na doação de sangue no Brasil.        Em primeiro plano, pode-se considerar como obstáculo o estigma carregado pelos homossexuais em relação a promiscuidade. Isso se dá pelo fato de que a AIDS, na maioria dos casos, é causada pelas relações sexuais e torna-se mais fácil culpar uma minoria socialmente oprimida por sua proliferação. Culpa essa que pode ser exemplificada nos ataques sofridos por homossexuais brasileiros nos anos 80, devido sua associação com a doença. Por consequência, esse esteriótipo preconceituoso com a figura do homossexual os torna suscetíveis ao preconceito nos órgãos de doação sanguínea, privando-os de realizar uma ação de direito do cidadão brasileiro.       Além disso, outro fator que se torna um empecilho na doação de sangue dos homossexuais é a forma em que parte da sociedade enxerga a orientação social como doença. Isso advém desde o surgimento do cristianismo na Roma Antiga, visto que a prática homossexual era considerada mal vista aos olhos de Cristo e que era passível de cura, assim como qualquer outra doença. No contexto atual, em algumas nações como a Rússia, órgãos importantes do governo ainda tratam a orientação sexual como enfermidade, aumentando negativamente o estigma global da homossexualidade, principalmente quando se trata de doar sangue.         Infere-se, portanto, que medidas devem ser realizadas a fim de erradicar o preconceito com os homossexuais na doação sanguínea. Cabe ao Ministério da Saúde em parceria com a mídia, criar e divulgar através do meio televisivo,  uma propaganda que descaracterize os mitos criados ao associarem a AIDS exclusivamente aos gays, com o objetivo de excluir o errôneo estigma de promiscuidade e democratizar a doação de sangue por esses grupos. É preciso, também, que o Poder Legislativo de uma vez por todas, explicite em uma lei, a obrigatoriedade da aceitação do sangue de dos homossexuais nas doações, que deverá ser testado e só depois utilizado, assim como qualquer outro.