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Enviada em: 29/01/2019

Se Marco Nanini e Elton John fossem em um hemocentro brasileiro doar sangue, seriam impedidos por serem considerados "temporariamente inaptos". O Brasil é um dos 3 países da América do Sul que ainda proíbem a doação de HSH (homens que se relacionam com homens). Tal proibição levanta debates acerca do assunto, afinal, o impedimento da doação de sangue de HSH é uma prevenção à saúde ou preconceito ultrapassado?  Segundo a ONU, a porcentagem ideal de doação de sangue é de 3 a 5% por país, o percentual do Brasil é de 1,8%. Boa parte dessa situação é o impedimento de HSH na hora de doar, embora ser lgbt não seja um fator para restringir a doação, no dia-a-dia, é nítido a dificuldade que os homens gays enfrentam quando vão doar. Essas situações ficam mais graves, são inúmeros as notícias em telejornais ou redes sociais de relatos de homofobia sofrido por esses grupos de homens.  Embora a desculpa para a proibição seja o fator de risco de HSH terem uma maior chance de terem AIDS e de que a janela imunológica - período entre a infecção até os anticorpos da doença poderem ser detectados no sangue - possa apresentar resultados diferentes da situação sanguínea do doador, é claro que tais situações não são mais o suficiente para impedir a doação desses homens.  Segundo dados do IBGE, o país, cerca de 10,5 milhões de homens são homo ou bissexuais, se cada um doassem 4 vezes por ano, sem restrições, seria acumulado cerca de 18 milhões de sangue em uma ano.  Portanto, fica claro, a importância da reavaliação e reformulação da portaria que impede a doação dessa parcela de homens, pois só assim poderemos diminuir a discriminação institucional contra os mesmos. Caberá ao governo investir em inovações na área da saúde para tornar a identificação de infecções sanguíneas mais eficaz, e a mídia como portadora de notícias, poderá contribuir incentivando a doação, só então, não só os lgbts serão inclusos nessa importante ação, como mais vidas serão salvas.