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Enviada em: 20/03/2019

No Brasil colônia, vários indivíduos foram condenados no Tribunal da Santa Inquisição por manterem um relacionamento homossexual. Logo, é indubitável que a população homoafetiva enfrenta, ao longo da história, uma situação de discriminação e segregação perene que os coloca à margem da sociedade. Esta realidade pode ser  observada, inclusive, no que tange à doação de sangue, na qual os homossexuais são impedidos de realizar tal ato, obstáculo baseado em argumentos fracos que buscam mascarar o preconceito da população contemporânea. Nesse âmbito, pode-se analisar que esse imbróglio é sustentado, sobretudo, pela negligência e limitações impostas pelo Poder Público, juntamente, à postura indolente da sociedade.       Nesse contexto, segundo o sociólogo Èmile Durkheim, o fato social é um fenômeno que configura-se por ações e pensamentos exteriores e coativos ao sujeito. Analogamente, percebe-se que o cidadão desenvolvido em um meio de discriminações quanto aos homossexuais, vistos, por uma parcela da população, como doentes, mentais e físicos, e disseminadores de vírus, tende à adoção dessa visão na conjuntura de temas nacionais. Desse modo, torna se necessária a intervenção de instituições formadoras de opinião. Tendo em vista a extinção dessa visão preconceituosa para com os homoafetivos.        Outrossim, de acordo com o filósofo Thomas Hobbes, a constitucionalidade é responsável pela convivência pacífica e igualdade social. Todavia, esse pensamento não se constata no caso da doação de sangue de homossexuais. Em vista que, a resolução jurídica adotada pelo país quanto ao tema possui um embasamento moral e não biológico, já que não são realizados exames médicos para a comprovação de que o doador possui, ou não, DST. Dessa forma, é fundamental a ingerência do Poder Público. A fim de realizar correções em leis que tratam da proibição da doação de sangue por parte da população LGBT.       Dado o exposto, urge que o Sistema Escolar promova palestras, elaboradas por profissionais da saúde, e debates, protagonizados por alunos, sobre a origem comportamental dos riscos na doação de sangue, não restritos à orientação sexual, objetivando o desenvolvimento do senso crítico, por parte da sociedade, acerca dos argumentos supracitados. Concomitantemente, é imprescindível que o Sistema Político do país efetue uma alteração da restrição na doação, incluindo métodos de detecção de DST's e, com isso, excluindo o caráter preconceituoso. Dessa maneira, tal fato social será reduzido e, gradativamente, eliminado da sociedade.