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Enviada em: 18/05/2019

A Portaria nº 158 de 2016 assegura aos indivíduos homossexuais o direito de serem doadores de sangue, desde que não apresentem comportamentos tidos como de risco para doenças transmitidas via corrente sanguínea. Porém na prática ocorre totalmente diferente, visto que a deficiência na formação dos profissionais de saúde junto à falha no sistema de saúde brasileiro tornam-se barreiras para doação de sangue por gays e lésbicas.    Um dos fatores que contribuem para os preconceitos enfrentados por homossexuais na doação de sangue é a deficiência na formação dos profissionais de saúde. Isso ocorre porque cursos das áreas biológicas possuem poucas disciplinas que abordem questões sociais, como homofobia. A exemplo, em entrevistas na triagem de pessoas do grupo LGBT para doação de sangue, geralmente, se é perguntado ao candidato homem se ele possui relação sexual com outro homem e, se a resposta for sim, esse é automaticamente excluído do processo de doação.    Aliado à deficiência na formação dos cursos de saúde, a falha no sistema público de saúde se mostra um dos entraves para doação de sangue por homossexuais no Brasil. Apesar de uma legislação que defina uma pessoa apta para doação aquela que não apresente comportamento de risco para transmissão de doenças, heterossexuais com frequente alternância de parceiros não são impedidas de doarem. Tais problemas  trazem como consequência  desenvolvimento de distúrbios psíquicos de um grupo historicamente excluídos da sociedade.    Portanto, são necessário ações que visem sanar tais problemas. Isso através do Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Saúde, investir recursos para implementação, na formação dos profissionais de saúde, disciplinas que os façam desenvolver um pensamento social sobre identidade de gênero e ,por meio de estágios, envolvam discussões a respeito do tema. Assim, um serviço de qualidade que promova saúde e faça valer o bem-estar físico e social dos individuos.