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Enviada em: 03/08/2019

Neste ano, em discussão polêmica, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a lei que criminalizou a homofobia no Brasil, notadamente uma grande vitória para a população que faz parte do grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis). Entretanto, mesmo com a repercussão da medida, o preconceito enfrentado pelos homossexuais na doação de sangue demonstra-se cada vez presente. Destarte, é preciso conhecer as diversas causas desse problema, na propensão de solucioná-lo.       Como primeira constatação, do ponto de vista sociológico, a problemática envolvendo a doação de sangue por homossexuais está diretamente relacionada às falácias e declarações do Poder Executivo. Desde que assumiu o cargo de chefe da nação no início de 2019, o presidente Jair Bolsonaro tem feito diversas declarações conservadoras e polêmicas a respeito do relacionamento entre pessoas homoafetivas, o que notoriamente reflete nas atitudes da população. Claramente contrário à essas relações, ele simplesmente ignorou a Carta Magna de 1988 - a qual garante o direito de liberdade dos cidadãos - com falácias em transmissões pela rede social Facebook, ao elucidar afirmações do tipo "Brincos somente para meninas" e ao repetir o intolerante discurso da ministra Damares - do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos - "menino veste azul e menina veste rosa". Dessa forma, a reversão desse cenário configura-se como importante dever político nacional.       Em semelhante proporção, a postura indiferente da comunidade brasileira também é um importante mecanismo desse impasse. Com a onda conservadora que perpassa o país, principalmente em relação às declarações presidenciais, a população demonstra-se cada vez mais fechada e intolerante quanto a aceitar o diferente, mesmo que para realizar a doação sanguínea exames sejam obrigatórios. Assim, muitos indivíduos da classe LGBT acabam sendo afastados de realizar doações, o que evidencia o quão mal educados são os cidadãos do país. Logo, seguindo o pensamento do importante educador Paulo Freire - "se a educação, por um lado, não muda o mundo, por outro, a ausência dela torna inviável qualquer mudança" - a educação é necessária para a ruptura desse panorama no Brasil.       Portanto, as falácias do presidente e a postura indiferente dos indivíduos são importantes vetores desse dilema. Desse modo, é imperativo que o excelentíssimo presidente da república porte-se como tal e reconheça o direito de escolha de cada cidadão, por meio de uma análise de suas convicções, para que, dessa maneira, os direitos assegurados na Constituição sejam respeitados. Ademais, é necessário que Ministério da Educação, junto a mídia, promova a criação de núcleos de debates e de campanhas de divulgação a respeito do direito de igualdade de cada cidadão, visando a criação de uma sociedade igualitária, a fim de que ninguém seja privado de fazer suas ações, como doar sangue. a onda conservadora que perpassa o país  estaria mesmo a nação caminhando para um cenário ideal no qual as diferenças são aceitas?    tramitava nos últimos anos