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Enviada em: 12/03/2019

De acordo com o poema do modernista Carlos Drummond de Andrade, "no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho''. Por analogia, vê-se que  para preservar o patrimônio histórico cultural do Brasil há desafios a serem enfrentados. Nessa perspectiva, cabe analisar os fatores históricos que corroboram para tal descaso, bem como os resultados do despertar tardio da sociedade para essa triste realidade.     Em primeiro plano, é de conhecimento geral que o percurso histórico do Brasil é marcado pelo abandono dos prédios que relembram a cultura do país. Tal problema ocorre, não somente devido à desvalorização da população que visa apenas o desenvolvimento, mas também o descaso estatal para com a preservação de locais com heranças culturais. Prova disso, um incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro causou a destruição de quase 90% de todo o acervo que contava a história natural da vida - como o crânio humano Luzia, o mais antigo já encontrado no Brasil. Esse fato ocorreu, dessa maneira, devido ao pouco investimento do poder público em reparos na infraestrutura do prédio, como, por exemplo, no sistema de drenagem de água contra o surgimento de chamas.      Outrossim, a ativista paquistanesa Malala Yousafzai - ganhadora do prêmio Nobel - diz: "um livro, uma caneta e um professor podem mudar o mundo". Em outras palavras, a educação é a principal ferramenta para que não ocorram, consequentemente, demolições de edifícios históricos e, por conseguinte, a negligência com as culturas existentes. Dessa forma, a educação cultural nas escolas, desde as séries inciais, formará crianças e jovens capazes de compreender a formação e a constituição da nação, o que é de extrema importância para o desenvolvimento e a formação de pessoas conscientes que valorizam a multiculturalidade nacional de tal forma que, os locais históricos passarão a ser melhor reconhecidos, visitados e, não menos importante, preservados.    Infere-se, portanto, que o problema para preservar o patrimônio histórico cultural se mostra uma grande pedra a ser removida do caminho. Para tanto, é indispensável que o Ministério da Cultura faça, através de propagandas nos meios de comunicação, incentivos à visitas nos locais públicos de importância histórica pela população, cobrando uma pequena e acessível tarifa de entrada para que sejam utilizadas para a manutenção, ampliação e conservação de tais prédios, sendo que, ao mesmo tempo, promoverá para a valorização e o conhecimento da cultura nacional entre as pessoas. Ademais, é de extrema importância que o Ministério da Educação torne o ensino à cultura uma matéria curricular obrigatória em escolas de educação básica e universidades brasileiras, objetivando a preservação da história cultural além de museus e bibliotecas, mas também na vida escolar dos jovens através do livro.