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Enviada em: 18/03/2019

O imperador Alexandre, o Grande, já na Antiguidade percebia a importância da preservação dos patrimônios culturais de cada civilização e, por isso, respeitava e até integrava, como o fez no helenismo, as propriedades históricas de cada nação conquistada a fim de enriquecê-las. Por outro lado, no Brasil, percebe-se a desvalorização dos bens históricos, seja pela sociedade, seja pelo governo.   Mormente, é ingênuo acreditar que a sociedade reconhece a importância dos patrimônios do país. Isso se dá, em grande parte, pelo pouco estudo nas escolas e acesso aos museus e exposições pela classe mais pobre dominante no país. Desse modo, a problemática torna-se preocupante, na medida em que sem nenhum conhecimento desse legado, o povo abstêm-se da tarefa de cobrar do Estado maior zelo por essas heranças.    Ademais, é indubitável o descaso do poder público no Brasil. Com efeito, casos de incêndios em museus, como o do prédio da Língua Portuguesa em São Paulo e, mais recentemente, o do Museu Nacional no Rio de Janeiro, devido à precária infraestrutura e às raras manutenções por falta de verbas do governo atestam esse descaso. Logo, essa infeliz conduta afeta não só a identidade do país, mas também todo o progresso, na medida em que, como falou o sociólogo brasileiro do século XX, Betinho: "um país não muda pela sua economia, sua política e nem mesmo sua ciência, mas sim pela sua cultura".   Destarte, fica axiomática a necessidade da mitigação dos desafios para a maior preservação dos patrimônios históricos do Brasil. Urge, portanto, que o Poder Judiciário, em parceria com o Ministério da Cultura, elabore uma lei na qual determine a obrigatoriedade da destinação de uma porcentagem fixa dos impostos para a melhoria e manutenção de museus, assim como para a capacitação de professores no ensino de história desse bens. Somente com tais medidas, o país, assim como fez Alexandre, enriquecerá a cultura ao invés de destruí-la.